sábado, 23 de novembro de 2013

- combalido.

Os segundos pararam. Olho o ponteiro do relógio e ele parece estar cansado; ele cessou. O tique-taque alguma coisa espera. Ele avança impetuoso, como uma tartaruga cansada correndo da tempestade de areia; exausta. Joguei-o no chão e seus pedaços caíram embaixo do sofá, espalhando-se. Mas ainda sim ouço seu soar dentro de mim; fadigado. E não adianta eu fechar os olhos e forçar, ele parece ficar cada vez mais lento.
“O ponteiro sangrou com a força que fizeram, como se uma mão o puxasse”.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

- apenas um sopro.

Estava tudo sob controle... tudo calculado: um papel amassado e manchado, anotado com tinta nanquim, embaixo de um pedaço tecido semelhantemente a cor do céu acordando, com um laço duplo na ponta, canelado e esquecido, sobreposto em uma velha mesinha de canto que se deteriora a cada dia que passa; cheia de poeira. Tudo estava calmo, até que um vento impiedoso enche o pulmão com todo o ar que conseguiu, inchou a bochecha, fez um bico e soprou o mais forte que pode; tudo saiu do lugar: um pedaço de papel canelado que se deteriora a cada dia que passa, cheio de poeira, anotado com tinta semelhantemente a cor do céu acordando, embaixo de um velho tecido de canto amassado e manchado de nanquim, sobreposto a uma mesinha com um laço duplo na ponta.
“Ainda parece organizado, não?! É assim que estou me sentindo”.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

- dez coisas que odeio em você.

Odeio quando tenta imitar o que eu falei usando uma voz insuportável;
Odeio quando não me chama pelo apelido;
Odeio quando está longe de mim;
Odeio quando me chama de bipolar, quando tento melhorar as coisas;
Odeio quando como chocolate sozinho;
Odeio quando não sinto seu cheiro;
Odeio quando me contraria na frente de todos;
Odeio quando diz que faço coisas ridículas
Odeio quando sempre que estamos perto, brigamos.
“Odeio não poder te odiar, nem por um instante.”

terça-feira, 17 de setembro de 2013

- vivendo?

Então você sai da surrealidade dos seus sonhos mais estranhos e tão “seus” e volta para um mundo sujo e insano, onde o valor das pessoas é apenas o reconhecimento por ter menos cérebro, mais dinheiro e mais desamor; onde estou vivendo realmente? Um grande vazio no peito a ser preenchido, uma última pétala de rosa a cair na entrada do outono, um pássaro caído sem poder voar e vários pensamentos e sonhos deixados na beira do mar, apodrecendo. Apenas aprenderei a conviver com essa dor e relembrar o que está tentando ficar para trás; a paz, o sorriso e a ousadia de entregar um buquê de rosas para seu verdadeiro amor.
“Franzo a testa, fazendo um pouquinho de força. Dou um salto de olhos fechados e estou no meu surreal novamente”.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

- como uma folha.

E se eu for como uma folha ao vento, esvoaçar-me-ei pelo ar, onde, a qualquer momento perderei o equilíbrio e cairei no chão; a descansar. Queria poder ser uma folha que paira no ar, para admirar a tua face e descansar no conforto do teu colo, subindo lentamente com o vento para sua boca encontrar e nos seus lábios ali ficar; sentindo seu cheiro, esquecendo do tempo e encontrando o equilíbrio. Mas não sou uma folha e nem posso voar, entretanto o vento sempre me leva ao teu encontro para eu me entregar e descansar.
“Nunca a despreze, na rua, pelo seu infinito significado”.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

- 2:26.

E de repente no meio da noite os olhos se abrem e você começa a se encontrar. Descobre que está deitado, que ainda é madrugada e está morrendo de sede. Mas a primeira e única coisa que as pessoas normais fazem, é puxar (ou empurrar) a coberta, virar de lado e continuar a dormir, suspirando fundo e voltando de onde veio. As pessoas anormais acordam de madrugada e correm olhar no celular para ver se tem alguma mensagem. Aí você perde o chão, perde o sono, perde o rumo, perde a sede, perde o frio, perde o ar, perde até os sentidos, esquece que estava deitado, sente-se especial e, depois de algum tempo, dorme abraçado com o celular; foi bem assim.
“A mensagem dizia: Te amo te amo te amo”.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

- em centímetros.

Resolvi pegar uma régua. Ela tinha 15 centímetros, e fui logo medindo o amor. Virei-a para lá, virei-a para cá e nada. Coloquei bem perto e bem longe, mas sem sucesso. Tentei uma de 30 centímetros, uma de um metro, tentei o esquadro, o transferidor, mas não funcionou. Tentei medir com passos largos, com passos curtos, com as palmas de minhas mãos, com os dedos, com minha altura... tentei ficar até na ponta do pé, mas não obtive nenhum resultado. Direita, esquerda, diagonal, transversal, horizontal, vertical, paralelo, mas não. Fechei os olhos, olhei para cima, olhei para baixo procurando, pelo menos, imaginar um tamanho, um resultado, e quando abri os olhos cheguei em uma estatura...
“A medida do amor é amar sem medida”.

sábado, 17 de agosto de 2013

- rabiscando.

Brilhastes outra vez, oh formoso cometa. Tu que perambulas o universo em uma magnífica velocidade tocando o infinito e levando-o contigo. Perambulastes por dentre as nuvens, tocastes suas estrelas com suas fagulhas e pintastes o lindo e imenso céu com sua luz intensa e desfocada. Esticastes sua calda, pegastes o lápis branco e riscastes compridas listras contínuas decrescentes, onde vão se apagando no horizonte n’um curto espaço de segundos. Fútil amor é a prova do extraordinário reencontro de sua beleza cômica com a vasta constelação da atmosfera, onde explodistes seus corpos em uma grande colisão e transformastes em clarões de fogo, para iluminar minha noite, acima do horizonte.
“Pois o firmamento vai além do espaço visível.”

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

- esperando.

O que será que aconteceu? A estação mudou? Acordei do sonho? Era um sonho? Um dia almas gêmeas, no outro desconhecidos. Num dia o casal perfeito e no outro apenas conhecidos. O que será que aconteceu? Apenas colocarei meus fones de ouvidos, aumentarei o som no máximo e esperarei o amanhã chegar, pois hoje eu estive sozinho, e continuo até o momento...
“Apenas um poeta e as suas conclusões.”

terça-feira, 13 de agosto de 2013

- embriagado.

Lutando contra a gravidade, alguma coisa ali parecia estar de cabeça para baixo. Era eu ou o mundo todo? Não me lembro bem o que tinha ao redor, mas lembro dos olhos; os teus. Os meus sorriram quando viram os teus e nada ali parecia ter sentido. Naquele momento, sim, eu queria ficar para sempre; embriagado com teu ser. Descanso nos braços, deito no colo e alguém parecia cantar alguma música de fundo. Apenas nós e o vidro embaçado. Mas o ruim do perfeito é lá no final do dia, quando fica só a saudade, uma em cada cama; saudade, um sentimento que vira uma dor física quando estamos longe. Porém eu te amaria outra vez, ao amanhecer.
“Vamos rápido que já estamos atrasados. O galo está cantando...”

terça-feira, 6 de agosto de 2013

- para começar de novo.

Tudo pareceu tão estranho. Um abraço era a reação daquele momento; até parece!! Barriga cheia e a boca suja de chocolate. Outro abraço, um primeiro beijo. N’outro dia um olá de longe e meio sorriso; nem vem!! Barriga não tão cheia e um calor insuportável. Mãos entrelaçadas e um primeiro beijo. Mais um dia se passava. Pés sujos de barro e uma floresta nos cercando. A corrente de água era forte e os pássaros cantavam. A boca estava doce por uma bala. O olhar não encontrou, mas abraçou e outro primeiro beijo... Por que são todos primeiros beijos?
"É como se cada beijo fosse o primeiro; inesquecível"

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

- impressão.

Rasgado, perfurado, com a ponta de uma lâmina vermelha que faz “tum-tum”. Costurado, inibido, com um remédio que cura com o passar dos dias. Sarado, cicatrizado, deixando um sinal, porque a marca é para sempre. Superado, esquecido, porque há coisas que não valem a pena ficar lembrando.
“Mesmo que ainda esteja ali; soterrado.”

segunda-feira, 29 de julho de 2013

- colorindo.

Como pode tão pouco tempo? Como pode dominar os sentidos assim? Será que isso é uma viagem astral, em um frenesi constante? Do preto-branco-cinza, achamos um balde de tinta cheio de cores com uma gama imensa de toda a aquarela, e eu gostei da sua. Voando de mãos dadas, sobre nuvens, dentre os pássaros, pintando um arco-íris, mas com os pés no chão; como pode isso? Eu pinto de um lado e você do outro e nos encontramos (sempre), pois o céu é nosso e as cores nós que escolhemos. Eu protagonizo as suas cores e você as minhas e nos completamos mais uma vez.
“Pois sei que nada mudou.”

quarta-feira, 24 de julho de 2013

- um velho em sua visão.

[...] a preguiça era tanta que nem vestiu-se adequadamente para dormir. Deitou-se com sapato, relógio, terno e gel no cabelo; acompanhado de um suspiro. Mas ao se dar conta de que olharia para o lado e não acharia ninguém, deu um gemido agonizante de desespero, pois não saberia como dormir naquela noite; mas seus olhos estavam fechando. De repente vira-se na cama, já com a samba-canção e sem os acessórios, e vê alguém de costas: o cheiro era bom, os cabelos cumpridos, sua temperatura era quente, mesmo no frio; o encaixe perfeito. Sua vontade era de gritar bem alto e colocar fogo naquele lugar, mas o rosto de sua amada era tão angelical que ele apenas pode abraçá-la e perguntou em pensamento se ela gostava daquilo, e ela disse sim; estranhamente. Agora tudo estava no lugar certo, onde achara a peça que estava faltando nele; estando, agora, completo e ali queria ficar. Seu celular apitou mostrando que já eram três horas da manhã e ao lembrar-se de sua amada, começa a lembrar-se também dos seus sentidos e, no escuro de seu quarto, encontrou-se abraçando um travesseiro frio, com um cheiro de sua amada, e agora banhado de lágrimas de saudades e vazio, estando ainda com o sapato, relógio, terno e o gel; um doce delírio.
“Eu queria que ela estivesse aqui.”

quarta-feira, 10 de julho de 2013

- e daí?

A chuva caiu, e tudo molhou, e daí?
O sol surgiu e tudo secou, e daí?
Tropeçou e se sujou, e daí?
O sabonete percorreu e tudo limpou, e daí?
A espuma no caminho desceu, e daí?
A toalha, esfregando, secou, e daí?
Andando pelo caminho pensou, e daí?
De olhos fechados voou, e daí?
Uma buzina o assustou, e daí?
Sua mente, agora, pairou, e daí?
Sorvete de morango provou, e daí?
Aquela música tocou, e daí?
Uma sensação formou, e daí?
Ao meu lado, uma folha seca sentou, e daí?
O mundo, devagar girou, e daí?
No fim da tarde suspirou, e daí?
Pequenas luzes no céu formou, e daí?
E em sua cama o celular tocou, e daí?
Deitado, apaixonado, seu olho fechou...
E o outro, aberto, te procurou; e daí?
“Há coisas que simplesmente nos faz ganhar o dia; e daí?”

quarta-feira, 3 de julho de 2013

- luz, câmera, ação.

O rádio ligou, a música tocou. A fumaça soprou, tudo parou.
Era uma canção, que tocou o coração. E até a emoção ficou sem direção.
O vento ainda soprava e o holofote brilhava. A cortina balançava e uma melodia formava.
Tudo misturou e ali marcou. Um grito forçou, mas não desafinou.
Ferida, voando, e ela retornando. A mente ensinando, sozinha cantando.
Então a mudança pagou a fiança. Voltei a ser criança e resgatei a esperança.
Da estrada o seguimento, guiado pelo vento. Um novo surgimento... um nascimento.
Acessas as luzes no auditório, com um novo repertório. Posto o último acessório, as palmas chamam, não ilusório.
“Os dias são como num palco, onde, mesmo ensaiando a peça, há algo inesperado; basta não temer.”

quinta-feira, 27 de junho de 2013

- até tarde.

Perdi o sono numa mistura de pensamentos e desperdicei meu tempo escrevendo este poema. Ele não tem rimas ou parece engraçadinho; apenas tem sentido e basta. Pensando em ti, deitado, não paro de chamar seu nome e, num momento de desespero, olho ao redor e vejo que eu estava delirando; você é meu devaneio. Olhei no relógio e já era uma hora da manhã; o sono havia dado uma volta. Nem a música, nem a conversa me distraiam, pois você ainda estava na minha mente. Tentei reclinar a cabeça para trás e entrar em transição com o mundo dos sonhos, mas, sua presença, mesmo que nos pensamentos, não me permitiu nem tentar. Continuei a escrever e pisquei duas vezes para a tela e já eram três horas e doze segundos da madrugada e eu ainda sem sono. Desisto de tentar dormir e coloco a nossa canção, sentado na cama, na tentativa de encontrar a solução para achar meu sono de volta; mas encontro apenas o brilho da manhã e os pássaros acordando...
“Isso que a saudade me causa; é inevitável.”

quinta-feira, 20 de junho de 2013

- enjaulado.

Antes livre, liberto, para onde for, a qualquer motivo, sem passos, sem remorso, sem pistas, sem pensamentos ou planos, sem expectativas e nem desejos, sem vontades, sem passado, sem presente, sem futuro... apenas esperando o dia acabar para começar outro. Mas de repente caiu em uma armadilha, sem perceber, se debatendo de todos os lados para voltar a ser livre. Sem forças, não conseguiu chegar nem perto para bater as asas. Agora encarcerado, vivendo uma vida medíocre, procurando motivos, escondendo os passos, com remorso do estado, as pistas foram devoradas, pensamentos dissipados, planos encerrados, expectativas destruídas, desejos sugados, vontades abandonadas, com o passado se apagando, o presente enjaulado e o futuro lamentado, mas ainda assim, esperando o dia acabar para começar outro, nessa mesma monotonia de sempre, compondo canções e gritando cada vez mais alto pela liberdade, agarrado nas grades...
“E seu sorriso havia morrido dentro da gaiola”.

- hoje.

Tropecei, caí e pensei em razões por isso; acho que o silêncio invadiu. Por mais que eu tente entender eu não posso alcançar tudo, nem controlar, nem ter as melhores escolhas. Fiz parte da angustia do dia e subtonei as notas; essa foi parte da minha tarde e minha noite. A verdade é que a cada dia que nasce é um aprendizado que é altamente selecionado a dedo por alguém, imposto para nós e resultando apenas no convencimento da realização desse aprendizado; vou pensar em algo bom nesse restinho de noite. As palavras não me levaram para trás, elas me fizeram lembrar de seus olhos; ou a falta deles. Esqueci de tudo e me perdi novamente. Viajei até as estrelas e elas me contaram um segredo, antes não revelado a ninguém. Elas me disseram, não sendo um segredo mais, que o amor nos machuca, nos faz feliz, nos tortura, nos distrai, nos abandona, nos encara, nos completa e nos decepcionam; apenas não existe o amor perfeito... Apenas aqueles que nos faz sorrir. E mais uma vez acordarei sem você aqui, com isso meu sorriso se esconderá dentre os pensamentos da madrugada, juntamente com os olhos abertos, te procurando.
“Hoje destemido e incompleto”.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

- platônico, ou não.

Estar perto de ti, compartilhar o mesmo ar, me faz perder os sentidos; não consigo controlar meus sentimentos. A pergunta que não quer sair da minha mente é: O que, exatamente, você sente no fundo do seu coração por mim? Estou um nível acima da paixão e nunca deixei você saber disso. Sei que não sou ninguém um tanto especial, como diz, e nem posso te fazer sentir algo, isso eu não alcanço, mas eu sei que há algo forte crescendo, de alguma maneira. Você não tem nada a ver comigo, não importa o quanto eu tente; mas nos completamos, presos juntos. Mesmo que eu sinta algo escondido, não faz sentido algum para ti. Apenas espero que algum dia você possa se soltar de alguma maneira, e liberar esse fantasma calejado do passado para trás; digo ser bem difícil eu tentar imaginar não ser a pessoa certa para você. Não sei quanto tempo vai levar para te tirar de mim, nem que seja por um segundo (não que eu queira); você tem o total controle...
“[...] e eu gosto disso”.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

- despedaçado.

Acordei bem cedinho e me pus a esperar sua mensagem; como previsto não a recebi. Tentando preencher essa parte do meu dia que ficou vazia, levanto e saio caminhando sem rumo; andando só pelas ruas procurando algo bom para animar meu dia. Estou parado em frente a uma ponte esperando você chegar, mas não há nada além de pegadas e a chuva caindo; eu pensei que você estaria aqui, agora. Alguém quer me levar embora? Tem alguém tentando me encontrar? Não, ninguém; estou profundamente triste. Então percebi que nada conseguirá substituir a primeira mensagem da minha manhã. Essa pessoa, agora, sabe seu tocar, sabe seu cheiro, sabe seu tamanho, sabe o que eu sinto... sabe o que é sentir o universo girando, sabe o que é esquecer do mundo e perder-se ali, sabe o que eu sinto quando sinto seu respirar e sabe seu gosto. Estou com frio e envergonhado, deitado, nu, no chão, cercado por ilusões e imagens que não querem sair da minha mente, onde lábios se encontram, mas não os meus.
“Eu só queria sair correndo no meio da noite e me perder naquele lugar para acordar e saber que o filme de vocês dois, que está assombrando meus pensamentos, não passou de um sonho; mas não, porque esse é seu jeito”.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

- algo novo.

Como o coração que pulsa dentro do peito num ritmo ora desesperado pela adrenalina, ora calmo pelo casamento das mãos, ora seguro pelo abraço, ora confiante pelos olhos fechados num delírio de um sonho, assim é o amor. Ele supera distância, dificuldades, saudades, dores, abstinências e até situações de desespero, com portas fechadas. É um sentimento estranho que nasce dentro do peito e faz com que quem o carrega fique todo inebriado, num delírio, do qual não existem palavras que possam expressar; apenas fechar os olhos, deitar no peito e ouvir suas batidas. Você pode fugir, pode tentar não sentir, mas no final ele sempre te encontra; sempre. Não me lembro para onde fui e não sei onde vai dar, só sei que estou e, por enquanto, basta para mim.
“Apenas me faça sentir de novo o que eu quis perder dentro de mim.”

sexta-feira, 7 de junho de 2013

- por um “tris”.

Como n’uma miragem. Como o mar levando cada vez mais longe com suas ondas; para afogar. Como o sol e a lua... Queria fazer um poema com sufixos semelhantes, mas os versos não estão rimando. O que tiraram de mim? Me perdi no chão com as palavras que costumava ter controle. O que eu faço? O sonho de te amar está indo embora e não posso fazer nada para impedi-lo. Foi como um doce sonho, onde tudo poderia dar certo, mas não deu; acordei e lembrei da realidade. Não sei como te tirar de dentro de mim. Não saberei como dormir sem seu boa noite, nem acordar sem seu bom dia. Não saberei olhar para as estrelas e apontar os comentas, nem respirar e não sentir seu cheiro. Você pode superar isso? Sim, eu posso, mas não sei por onde começar a esquecer, se tudo me faz lembrar você. Eu fui um estúpido em querer acreditar no amor novamente. Por que ele sempre me prega peças? O que eu pensei? Será que o filme acabou? Ou não? Como eu pude desejar você comigo, se amanhã e depois, e depois de amanhã você não poderá estar? No fundo eu sabia como isso acabaria e como no final de uma história, sei quem acaba superando e quem acaba chorando por longos dias. Mesmo não estando aqui, sua presença permanece, tirando meu sono e minha paz. Só quero fechar os olhos e te ver perto de mim novamente, como da primeira vez.
“Porque eu ainda vou continuar sonhando com você.”

segunda-feira, 3 de junho de 2013

- corações e chuvas.

A rosa, em pétalas de chocolate, foi molhada pelas gotas de chuva, que não impediu a leitura de um poema feito em papel carmim, precisamente ao som do badalo do relógio central, soando vinte e três horas e trinta minutos, selando aquele momento com uma aliança. Tudo parecia escuro, sombrio e as luzes estavam além do horizonte, mas o calor de dois corações estavam naquele lugar. A janela estava chorando e uma mão qualquer passou nela, fazendo uma marca deslizada para baixo; uma opressão. A adrenalina tomava conta daquele pequeno lugar e quatro braços, quatro lábios e dois corações estavam juntos, tomando banho de chuva; ou não. Simples e intenso, na ponta do pé para te alcançar. Os meteoros estavam caindo do céu sobre nossa cabeça, deitados no capô do carro, com as estrelas nos assistindo; e apenas um vaga-lume no chão nos assistindo com as patas em seus olhos; com vergonha.
“Vem ficar mais um dia comigo?”

quarta-feira, 29 de maio de 2013

- apenas uma resposta.

Tentei, arrisquei. Me perdi e caí. Não posso parar, não posso continuar. Estou preso e livre ao mesmo tempo. Não sei qual e como devo dar o próximo passo; e nem sei se ele existe. Está transbordando o ar ao meu redor, mas ainda sinto falta de respirar. Não pense, não haja, não escute. Estou trancado e não sei o que fazer. Vou explodir e não tenho com quem gritar. As lágrimas não ajudam e nem consolam, mas elas existem. Apenas estou cansado de tentar insistir no amor, se ele insiste em sair correndo de mim. A aliança continuará guardada, juntamente com a carta que escrevi hoje e o chocolate que irá derreter. Estou sendo soterrado por terra, não tenho ajuda, não tenho respostas e não sei o que fazer...
“Agora o difícil é controlar o sentimento que já existe.”

sábado, 25 de maio de 2013

- te conhecer.

A força é como o sol: Aquece a falta do abraço, mesmo sem nenhum tocar, mas ainda falta um pedaço.
E a noite chegou, e com ela a escuridão. Sua mão não está aqui, ouço os passos da solidão.
O frio gélido assombra, como a brisa fria do relento. Fecho os olhos e me aqueço, você chegou em pensamento.
Mesmo assim não te conheço, você não conversa muito. Em silêncio você guarda, não me incomodar, é seu intuito.
Não alcanço seus pensamentos, você me oculta, porém. Como será que está hoje? Apenas diz tudo bem.
Quero ser seu, quero te completar. Nos bons e maus momentos, assim eu quero estar.
“Não seja uma incógnita para mim. Me dói não saber o que pensa.”

quinta-feira, 23 de maio de 2013

- conto de fadas.

[...] pode parecer uma narrativa curta, na qual explica um sentimento inexplicável entre duas pessoas. Contudo, mesmo que não seja o final feliz, mas seja o final que deveria ser, ainda pode dar certo. Nem que eu tenha que lutar contra a tortura de ter que permanecer ao lado seu sem te ter ou te tocar; estar contigo é o que eu quero. Mas hoje, na verdade, senti saudades das estrelas, acompanhadas da sua voz e dos seus dedos entrelaçados nos meus.
“Porque quando eu te achei, eu me perdi.”

segunda-feira, 20 de maio de 2013

- inevitável.

Eu fugi do que era seguro e agora estou sonhando, como se estivesse em outro mundo, mas com os pés no chão; para procurar suas pegadas e te re-encontrar. Talvez eu tenha fechado meus olhos e pedido para te esquecer, mas acabei de me lembrar de ti novamente; você sempre volta. E sem pedir licença para entrar, entrou e tomou conta do espaço que estava vazio e esquecido e que eu pretendia deixar como estava, porém, mesmo sem dizer nenhuma palavra, você disse tudo com teu olhar e baniu a solidão que eu mesmo havia implantado em mim. E agora, como num quebra-cabeça, somos um encaixe; você faz parte de mim.
“E é bem assim: inacreditável.”

sábado, 18 de maio de 2013

- luzes da cidade.

A noite acabou e a madrugada ressurgiu, em instantes, bem quieta, com nuvens, e as luzes da cidade acessas para iluminar. O vento soprou bem forte contra o vidro, fazendo assoviar; fazia muito frio naquela noite. Uma pequena árvore da direita dançava com o ritmo do ar e suas folhas balançavam sem parar. A música cessou, a conversa parou, as mãos se encontraram e ali estava algum sentimento forte; não pude (ou não quero) definir. E o sono havia dominado aquele lugar, mas eu não queria fechar os olhos, porque estava ouvindo você respirar, enquanto dormia; você estava caindo cada vez mais para perto de seus sonhos e se afastando dos seus medos, dos quais não quis me revelar. Não havia nada de tão emocionante ou incomum naquele lugar.
“Mas tua presença fez ser o suficiente.”

sexta-feira, 17 de maio de 2013

- longe demais.

E entre os segundos incessantes sem respirar, guardou um instante para o desejo, que resolveu tomar controle da situação. Parece como uma linda história de amor, com um anel de papel e uma valsa sem som algum; mas solene. Porém tudo vai passar, num espaço de tempo que só Deus sabe. Já sofri demais desde a última perda e não posso aguentar outra. Então devolva meu coração ou fique contigo para sempre; não importa o que sejamos, nem quando nem onde. Apenas não quero secar suas lágrimas de tristeza, porque estaria na mesma situação. Só não fuja de mim, pois me acostumei a segurar sua mão; temo não estar contigo.
“Promete para mim que nunca vai me amar?”

quinta-feira, 16 de maio de 2013

- juntos.

Um dia sem te ver; talvez eu já sabia que isso aconteceria. Supero com seu sorriso que guardei dentro dos meus olhos quando estão fechados. A distância sempre foi um detalhe desprezível, que é morto toda vez que te encontro. A saudade, agora, toma conta do meu ser e pensei que nunca mais a sentiria. Eu não queria que isso acontecesse, porque pensei que não era capaz, e sei que sozinho não posso; é inútil tentar. Mas quando se está longe é quando realmente vemos o quanto somos incompletos sem aquele alguém; eu chamo isso de “completar”. Sei que o final feliz é impossível e que as flores um dia secarão, mas que continue enquanto existir.
"Mas talvez a madrugada seja feita para pensar e esquecer do resto do mundo, e não dormir".

segunda-feira, 13 de maio de 2013

- ao lado seu.

E, se deu um “friozinho” na barriga, é porque você resolveu passear em minha mente; todo momento. E, se em silêncio eu ficar, é porque estou me segurando para não te abraçar; ficaria vários minutos assim. E, se o meu olhar não encontrou o seu, é porque estou escondendo o que não quero dizer; apenas sentir. E, se eu olhar para o horizonte, mesmo não tendo nada para olhar, é porque estou imaginando como seria estar contigo; mas não posso a todo momento. E, se o desespero tomar conta, é porque a saudade fez lembrar-me de ti; uma constante habitação. E, se a respiração ficar ofegante, é porque seu corpo está se aproximando; apenas para dizer palavras bobas. E, se fiquei animado, é porque você veio me encontrar; me transportando para o mundo ao seu lado, num fluxo perfeito.
“Fique só mais cinco minutos, por favor.”

- nova batalha.

Em meio a luz do luar, quando outrora se igualava ao brilho dos seus olhos, a escuridão da noite se dissipava ao me aproximar de ti; do alto, nem a cidade brilhava tanto. O seu sorriso hipnotiza, seu olhar infantil enlouquece. Seu cheiro me fazia perder os sentidos; fiquei sem rumo. Sua mão direita parece ter sido desenhada e é bem quente, mesmo com o frio do vento. Sua voz me fez ir a um outro espaço. Agora gosto de estar na sua presença e quero a cada instante, pois não bastariam apenas três horas; é pouco tempo. Abro os olhos e fecho-os e lá você está! A batalha é bem difícil, a que estou lutando comigo mesmo; eu quero, mas não posso. Tomou conta dos pensamentos e das mensagens do celular, esperando-te e pedindo para voltar.
“Estranho seria não me apaixonar por ti.”

sexta-feira, 10 de maio de 2013

- Romeu V.

Agora Julieta está sangrando, mas não sabe de onde está vindo. Fechou seus olhos com muita força para acordar logo desse pesadelo, numa manhã ensolarada. Mas não havia lua, nem estrelas; mal enxergava. Uma agonia incessante começa subir pela sua espinha, arrepiando seu corpo todo e o desespero toma conta de todo seu ser, transformando-a em um deplorável pedaço de carne quase morta. O ar está acabando e os pés já perderam a força. Bate na parede com pouco da força que restou, mas não parece ser o suficiente; ninguém ouviria. De gemido em gemido seu corpo começa a paralisar e o pulmão deu seu último movimento. Suas horas foram contadas, as lágrimas não foram secas, os desejos não realizados, os sonhos continuam sendo sonhos, a saudade sempre dominou, mas o amor a matou.
“Mas até no último suspiro, queria estar com o Romeu.”

quarta-feira, 8 de maio de 2013

- janelas.

Eles mostram além do que queremos mostrar. Eles hipnotizam, nos controlam e nos guiam. Pode matar-nos com um simples, ou pode seduzir-nos com um completo. E mesmo que eles estejam fechados, eles continuam mostrando, e aquilo que está guardado vem à tona, mas você abre-os e percebe que foi um sonho; droga! Eles leem lábios, descobrem segredos e atiram flechas com “coraçõesinhos” na ponta. Mostram desdém, ódio e repulsa. Desejos, descontrole e prazeres também. E quando algo está errado ou faltando do nosso lado, eles resolvem empurrar gotas para fora; mas nunca resolveu nada. E quando eles encontram outros, iguais, o coração manda uma mensagem e eles perseguem até os lábios se encontrarem...
“Então se fecham.”

domingo, 5 de maio de 2013

- além daqui.

A mão está fechada e o lábio mordido; sinto gosto de sangue na boca. Por que volta? Eu não convidei... simplesmente mandei embora com um ponta pé, sem direito a um aperto de mão se quer. Mas insiste em querer estar aqui. Eu aprendi o desapego; não consegui pôr em prática. Os segundos são desperdiçados e jogados ao vento. A folha de papel continua branca e amassada. A xícara vazia e a colher suja. O sapato ainda está embaixo da cama e a chave na escrivaninha; esperando você voltar.
“Estou em cima da casa, contando as estrelas; novamente...”

segunda-feira, 22 de abril de 2013

- kelly.

Talvez, eu pensei que seria mais uma, como tantas outras que passaram na minha vida, que simplesmente arrancou um sorriso meu e no dia seguinte deixou de existir. Mas ao pensar isso eu tive uma surpresa; estava equivocado. Ao me despedir de todos que eu amava, eu derramei lágrimas de meus olhos, pois não queria aceitar a falta que fariam para mim, mas não pude me conformar em despedir-me de ti. Lembro, agora mesmo, aquela noite terrível, quando isso aconteceu. Eu me opus a dizer adeus ou algo do tipo e me segurei ao carro; não queria que ali fosse o fim. Hoje estamos como o sol e a lua, que ambos sabem de sua existência, mas não podem se abraçar. Mas nós nos abraçamos dizendo “até logo” em pensamento; nos sintonizamos naquele abraço e conversamos muito com o silêncio nos lábios e lágrima nos olhos. Aí eu me perguntei, por que... por que ela não poderia ser somente mais uma? Mas parte do meu coração já não pertencia a mim; você roubou e levou consigo, escondendo-o onde jamais eu acharia... e não achei. Estou aqui, com o coração incompleto, mas que continua batendo, feliz, de saber que a outra metade dele está sendo cuidada por alguém que o tem, sem permissão.
"Tenho saudades de ti."

- tudo muda.

A semente, jogada no solo, torna-se uma planta e da árvore os frutos. A lagarta torna-se uma borboleta; bem desengonçada no começo. Duas moléculas de hidrogênio unidas com uma de oxigênio tornam-se a mais pura e cristalina água. Diversas frutas dentro de um copo, juntamente com o açúcar, batidos freneticamente, tornam-se uma deliciosa vitamina refrescante; “inham inham”. Aquela grande vontade incontrolável torna-se um desejo realizado ao morder um pedaço de chocolate meio amargo. Aquele vazio no estômago torna-se um lugar sem espaço ao saborear uma pizza de cinco queijos. Uma pequena tristeza, contraposta pelos abraços daqueles amigos bem distantes torna-se felicidade incontestável. Uma paixão pode tornar-se amor em uma questão de demonstração. Um amor deixado para trás pode tornar-se uma página virada, mas jamais tornar-se-á uma página rasgada...
“...Porque o amor é para sempre.”

segunda-feira, 8 de abril de 2013

- de Deus.

Dentre outros fatos, passamos nossa vida fazendo planos, sonhando, marcando objetivos e construindo desejos. Corremos atrás deles, haja o que houver, custe o que custar, para então percebermos que corremos atrás do vento. Não pode-se realizar todos, não se pode fazer força para realizá-los e nem ficar esperando, deixando, assim, de viver. Viver o agora é o que temos de mais precioso. O amanhã é importante, mas depois resolvemos ele, que daqui a pouquinho ele chega.
“Pois, às vezes, devemos destruir nossos sonhos para Deus construir os Dele, porque os Dele são perfeitos.”

sábado, 6 de abril de 2013

- viva!

... pois sempre existirá uma luta boa e, geralmente, aquelas que você perde tudo e todos e continua buscando algo bom para seguir. Talvez você não encontrará esse dia amanhã, mas o depois de amanhã chegará e algo novo ele trará. Mesmo que a saudade exista e a solidão esteja sempre te cercando, os pensamentos bons rodeiam-te também, apenas esperando ser capturados por uma rede. Ou seja, a infelicidade é uma perspectiva de um ponto de vista onde você mesmo escolhe ficar. E se não achar esses bons pensamentos, crie-os! O que foi feito não poderá ser apagado, mesmo que você seja somente o que restou do amor ou da dor; não tem como esconder. Todavia, seguir em frente não quer dizer que esqueceu de tudo o que se foi, mas sim que a saudade ainda existe (e sempre existirá), mas consegue lembrar sem lágrimas cair, porque é loucura jogar fora todas as outras tentativas de ser feliz se uma delas não deu certo. Então o aprendizado, guiado pela vida, nos faz perder o medo de quem somos, e nos erguemos, e continuamos. Não lute entre razão, emoção, fé e amor, apenas concilie todas elas em seu coração...
“E seja feliz, facilmente.”

sábado, 30 de março de 2013

- não precisa ter sentido.

E você tenta fugir de tudo, numa perseguição interior, buscando uma saída para o inevitável, onde a probabilidade da inércia é mais óbvia do que o acaso do conceito obtido através de um mau pensamento inibido do toque da sinfonia da metamorfose ambígua. Mas, dentre os fatos reais, a inclusão de sentimentos gerados por uma perda repentina, sem ao menos o ar tomar, nem o pensamento cogitar, resultou numa luta interior onde parte do amor morreu em meia a batalha, com uma flecha incandescente lançada de um arco qualquer, atingindo bem sua veia onde bombeia o amor ao resto do corpo, com sua outra metade emendada para estacar a hemorragia, formando uma cicatriz eterna, ainda estando, ele, ligado a outra metade, mesmo depois de tentar quebrar essa estranha união; ainda sangrando, ainda batendo.
“Ele ainda pulsa...”

- singelo.

Dar-se a admirar o pôr do sol, sem ao menos vê-lo poder, A suave brisa composta de carmim, exalando sua beleza sem força acontecer.
As aves repousam na proa do barco, o pacífico mar bravo está, O céu reluz a prata das nuvens, e, pisada, a areia ali ficará.
As pegadas somem nas horas, a noite começa a resplandecer, De olhos abertos olhando as estrelas, fecho-os e um pedido ei de fazer.
Acima de todas as tentativas, a estrela bem que tentou, Seu coração nada tinha, mas tanto ela procurou.
Decepcionado com a frieza, lembra-me, gélido, o vento, Ao olhar para as ondas, esperando, desejo esquecer-me naquele momento.
"O simples é questão de suficiência."

terça-feira, 26 de março de 2013

- foram trocados.

E ao declarar seu amor para uma mulher, o homem compra um carro, rebaixa-o e coloca o som mais potente que puder. Faz um set musical com funk, da “melhor” qualidade, coloca o som no último, um braço fora da janela, um boné de lado, obrigando a todos que estão de passagem ouvir sua “música”. E com a boca cheia de palavrões chega na mulher e ela não resiste, e com sua mini-micro bermuda (que se estivesse vestindo nada estaria mais coberta) desce até ao chão, com o homem atrás dela, fazendo insinuações de posições sexuais em meio uma via pública e dizem que se amam neste primeiro "encontro". Aí eu pergunto, cadê o amor? O terno foi deixado para as traças comerem dentro do guarda-roupa. O chocolate derreteu. As flores murcharam. A serenata calou-se. O casamento quase instinto. O amor desnutrido.
“Bem-vindos a 2013.”

domingo, 17 de março de 2013

- todos assim.

Muitos são poucos e poucos são nada. Você entrega o coração e te deixam na estrada.
Caminha em um vale sem rumo, sem direção. Da-te uma saída e é jogado no chão.
Eles pisam, eles cospem, chutam sem piedade. Te abraçam com ternura e te esquecem de verdade.
E com uma só mão eles pegam seu coração. Agora você é um escravo da eterna solidão
"Resgatem o amor! O verdadeiro, está em extinção."

terça-feira, 12 de março de 2013

- aquele pesadelo.

A vida é uma grande professora, sabe?! Às vezes nós achamos que ela é ingrata, ou insana, mas ela sempre sabe o que faz; ou não. Ela insiste naquela lei: você conhece alguém, se apega e perde; por que será? É algum teste de resistência? Ou apenas quer nos dizer que algumas pessoas ficarão em nosso coração, mas não na nossa vida? É assim que será. A música ainda toca e o pensamento voa. O perfume exala e sou transportado. Os olhos se fecham e ali você está. Finjo não estar nem aí, mas na realidade quero explodir tudo.
“Pois parece que alguma coisa ainda é proibida para mim.”

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

- eu não posso

Eu quero amar, mas não posso. Quero me entregar, quero deleitar-me, quero gritar, quero apertar as mãos, quero encostar no ombro, mas parece que tudo isso é impossível para mim. Quero desabafar para não explodir, quero contar segredos, jogar conversa fora, rir sem motivo, brigar e fazer as pazes, mas não estou encontrando. Quero passar um tempo olhando-te dormir, segurar tuas mãos e dizer que ali será seu porto-seguro, mas isso não vai acontecer. Quero te impressionar, quero ver seu sorriso mais uma vez, passar horas apenas te abraçando, mas isso está bem longe de acontecer. Quero tocar em teus lábios, sentir seu perfume, compartilhar o calor dos teus braços, mas é bem provável que nunca mais aconteça. Onde eu vou, sempre, algo(uem) me persegue e eu preciso fingir que nada está acontecendo, desviando o olhar, desejando no interior, queimando por dentro, sentindo feliz e sozinho a cada dia e mascarar a vida com um sorriso passageiro de boa noite. Eu só queria alguém para compartilhar meu dia.
“Eu quero amar, mas não posso.”

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

- let me go home.

E essa vida parece estar meio dolorida. Por mais que esteja chegando a um milhão de lágrimas, nada parece estar no lugar; elas nunca ajudaram, mas insistem em existir e molhar o travesseiro. As coisas não são as mesmas, por mais que dizem que serão e que tudo ficará bem. Só quero abrir meus olhos e acordar deste pesadelo, mas todas as vezes que tento piscar, eles se fecham novamente e um filme aparece; não consigo escapar de nenhuma maneira. Horas desperdiçadas, minutos jogados, segundos perdidos e o relógio não quer voltar; ele nunca gostou de mim. Meu coração está disparado e não parece querer parar; na velocidade do som... Por que será?! E eu queria poder andar sobre o vento ou às nuvens, como um anjo, e não ter o sentimento de saudade dentro de mim, mas não sou eu que dito as regras; parece que cada vez estou fugindo para mais longe, ao invés de voltar para onde eu deveria estar. Talvez eu só esteja querendo voltar para a casa, àquela que eu pertenço, e voltar dessa viagem, mas o vento me disse que é assim que vai ser. Há, agora, apenas algumas pegadas na areia que estão se apagando.
"Can, anyone, take it all away, please?!"

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

- opressão.

Você está deitado pensando no que fazer daqui a pouco; um pensamento calmo e tranquilo. Sem pressa de levantar, vira-se de um lado para o outro, como se o tempo não importasse. Carros correndo acelerados, pássaros voando sem direção e o vento bem forte, e sua única preocupação é em continua a pensar. Em volta está uma penumbra e um barulho que parece não parar nunca. Sua barriga grita de fome e a boca pede água, mas a coragem está tão distante... apenas parem que quero continuar pensando! Vem a ansiedade e a impaciência para fazer-te sair dali, mas alguma força está puxando você, prendendo-te naquele lugar. Está cercado por paredes escuras e na janela não entra ar nenhum; ele está acabando. Você começa a suar e dispensa seu edredom, mas ele insiste em voltar. Alguma coisa não parece estar certa, porque começa a sentir outra força, uma incontrolável que nada consegue impedir; nada. Você explode e comete um erro.
“Apenas cale-se, ninguém precisa saber...”

sábado, 26 de janeiro de 2013

- sim, ainda melhora.

E finalmente o verdadeiro sorriso voltou. Talvez ele andou perdido, escondido atrás do falso sorriso ou alguém o roubou; mas agora voltou. Ninguém o tirará; ele não vai mais embora. Talvez coisas do passado devem ficar no passado e é isso. Amor? Sempre existiu e sempre existirá, porque “eu te amo” é pra vida inteira, pelo menos pra mim que sei realmente o seu verdadeiro significado, mas essa não é uma dádiva pra todos. Apenas veio, fez-me muito bem, depois fui jogado num poço que, toda vez que eu caia no fundo abria-se um outro buraco; não tinha fim. Mas dessa vez desejei uma cama elástica e ela apareceu, e junto com ela uma novidade de vida, onde “caiu e chorou” serão somente dois verbos de continuação da frase “de rir”, nada mais. As lágrimas nunca conquistaram nada; e não vão. Apenas, adeus passado...
“... e olá futuro, ainda bem que você não desistiu de mim, estou aqui novamente; destemido.”

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

- onde estou?

Aqueles que eram seus amigos hoje são desconhecidos e seus desconhecidos são, agora, seus amigos. Aqueles que você ama te desprezam e os que você despreza estão atrás de ti. O sol está frio e a lua bem quente. Os insanos estão à solta e os equilibrados estão presos. O silêncio está gritando e a voz calou-se. O abraço está frio e a solidão te aquecendo. O sorriso se apagando e o escuro brilhando. Os jovens velhos, os anciãos voltaram a ser criança. A roda gigante parou, mas o tempo não. Alcanço o infinito, mas o limite está se distanciando. O ontem voltou e o amanhã parece não querer chegar...
“Me encontro em algum lugar paralelo entre a realidade e o sonho.”