quinta-feira, 27 de junho de 2013

- até tarde.

Perdi o sono numa mistura de pensamentos e desperdicei meu tempo escrevendo este poema. Ele não tem rimas ou parece engraçadinho; apenas tem sentido e basta. Pensando em ti, deitado, não paro de chamar seu nome e, num momento de desespero, olho ao redor e vejo que eu estava delirando; você é meu devaneio. Olhei no relógio e já era uma hora da manhã; o sono havia dado uma volta. Nem a música, nem a conversa me distraiam, pois você ainda estava na minha mente. Tentei reclinar a cabeça para trás e entrar em transição com o mundo dos sonhos, mas, sua presença, mesmo que nos pensamentos, não me permitiu nem tentar. Continuei a escrever e pisquei duas vezes para a tela e já eram três horas e doze segundos da madrugada e eu ainda sem sono. Desisto de tentar dormir e coloco a nossa canção, sentado na cama, na tentativa de encontrar a solução para achar meu sono de volta; mas encontro apenas o brilho da manhã e os pássaros acordando...
“Isso que a saudade me causa; é inevitável.”

quinta-feira, 20 de junho de 2013

- enjaulado.

Antes livre, liberto, para onde for, a qualquer motivo, sem passos, sem remorso, sem pistas, sem pensamentos ou planos, sem expectativas e nem desejos, sem vontades, sem passado, sem presente, sem futuro... apenas esperando o dia acabar para começar outro. Mas de repente caiu em uma armadilha, sem perceber, se debatendo de todos os lados para voltar a ser livre. Sem forças, não conseguiu chegar nem perto para bater as asas. Agora encarcerado, vivendo uma vida medíocre, procurando motivos, escondendo os passos, com remorso do estado, as pistas foram devoradas, pensamentos dissipados, planos encerrados, expectativas destruídas, desejos sugados, vontades abandonadas, com o passado se apagando, o presente enjaulado e o futuro lamentado, mas ainda assim, esperando o dia acabar para começar outro, nessa mesma monotonia de sempre, compondo canções e gritando cada vez mais alto pela liberdade, agarrado nas grades...
“E seu sorriso havia morrido dentro da gaiola”.

- hoje.

Tropecei, caí e pensei em razões por isso; acho que o silêncio invadiu. Por mais que eu tente entender eu não posso alcançar tudo, nem controlar, nem ter as melhores escolhas. Fiz parte da angustia do dia e subtonei as notas; essa foi parte da minha tarde e minha noite. A verdade é que a cada dia que nasce é um aprendizado que é altamente selecionado a dedo por alguém, imposto para nós e resultando apenas no convencimento da realização desse aprendizado; vou pensar em algo bom nesse restinho de noite. As palavras não me levaram para trás, elas me fizeram lembrar de seus olhos; ou a falta deles. Esqueci de tudo e me perdi novamente. Viajei até as estrelas e elas me contaram um segredo, antes não revelado a ninguém. Elas me disseram, não sendo um segredo mais, que o amor nos machuca, nos faz feliz, nos tortura, nos distrai, nos abandona, nos encara, nos completa e nos decepcionam; apenas não existe o amor perfeito... Apenas aqueles que nos faz sorrir. E mais uma vez acordarei sem você aqui, com isso meu sorriso se esconderá dentre os pensamentos da madrugada, juntamente com os olhos abertos, te procurando.
“Hoje destemido e incompleto”.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

- platônico, ou não.

Estar perto de ti, compartilhar o mesmo ar, me faz perder os sentidos; não consigo controlar meus sentimentos. A pergunta que não quer sair da minha mente é: O que, exatamente, você sente no fundo do seu coração por mim? Estou um nível acima da paixão e nunca deixei você saber disso. Sei que não sou ninguém um tanto especial, como diz, e nem posso te fazer sentir algo, isso eu não alcanço, mas eu sei que há algo forte crescendo, de alguma maneira. Você não tem nada a ver comigo, não importa o quanto eu tente; mas nos completamos, presos juntos. Mesmo que eu sinta algo escondido, não faz sentido algum para ti. Apenas espero que algum dia você possa se soltar de alguma maneira, e liberar esse fantasma calejado do passado para trás; digo ser bem difícil eu tentar imaginar não ser a pessoa certa para você. Não sei quanto tempo vai levar para te tirar de mim, nem que seja por um segundo (não que eu queira); você tem o total controle...
“[...] e eu gosto disso”.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

- despedaçado.

Acordei bem cedinho e me pus a esperar sua mensagem; como previsto não a recebi. Tentando preencher essa parte do meu dia que ficou vazia, levanto e saio caminhando sem rumo; andando só pelas ruas procurando algo bom para animar meu dia. Estou parado em frente a uma ponte esperando você chegar, mas não há nada além de pegadas e a chuva caindo; eu pensei que você estaria aqui, agora. Alguém quer me levar embora? Tem alguém tentando me encontrar? Não, ninguém; estou profundamente triste. Então percebi que nada conseguirá substituir a primeira mensagem da minha manhã. Essa pessoa, agora, sabe seu tocar, sabe seu cheiro, sabe seu tamanho, sabe o que eu sinto... sabe o que é sentir o universo girando, sabe o que é esquecer do mundo e perder-se ali, sabe o que eu sinto quando sinto seu respirar e sabe seu gosto. Estou com frio e envergonhado, deitado, nu, no chão, cercado por ilusões e imagens que não querem sair da minha mente, onde lábios se encontram, mas não os meus.
“Eu só queria sair correndo no meio da noite e me perder naquele lugar para acordar e saber que o filme de vocês dois, que está assombrando meus pensamentos, não passou de um sonho; mas não, porque esse é seu jeito”.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

- algo novo.

Como o coração que pulsa dentro do peito num ritmo ora desesperado pela adrenalina, ora calmo pelo casamento das mãos, ora seguro pelo abraço, ora confiante pelos olhos fechados num delírio de um sonho, assim é o amor. Ele supera distância, dificuldades, saudades, dores, abstinências e até situações de desespero, com portas fechadas. É um sentimento estranho que nasce dentro do peito e faz com que quem o carrega fique todo inebriado, num delírio, do qual não existem palavras que possam expressar; apenas fechar os olhos, deitar no peito e ouvir suas batidas. Você pode fugir, pode tentar não sentir, mas no final ele sempre te encontra; sempre. Não me lembro para onde fui e não sei onde vai dar, só sei que estou e, por enquanto, basta para mim.
“Apenas me faça sentir de novo o que eu quis perder dentro de mim.”

sexta-feira, 7 de junho de 2013

- por um “tris”.

Como n’uma miragem. Como o mar levando cada vez mais longe com suas ondas; para afogar. Como o sol e a lua... Queria fazer um poema com sufixos semelhantes, mas os versos não estão rimando. O que tiraram de mim? Me perdi no chão com as palavras que costumava ter controle. O que eu faço? O sonho de te amar está indo embora e não posso fazer nada para impedi-lo. Foi como um doce sonho, onde tudo poderia dar certo, mas não deu; acordei e lembrei da realidade. Não sei como te tirar de dentro de mim. Não saberei como dormir sem seu boa noite, nem acordar sem seu bom dia. Não saberei olhar para as estrelas e apontar os comentas, nem respirar e não sentir seu cheiro. Você pode superar isso? Sim, eu posso, mas não sei por onde começar a esquecer, se tudo me faz lembrar você. Eu fui um estúpido em querer acreditar no amor novamente. Por que ele sempre me prega peças? O que eu pensei? Será que o filme acabou? Ou não? Como eu pude desejar você comigo, se amanhã e depois, e depois de amanhã você não poderá estar? No fundo eu sabia como isso acabaria e como no final de uma história, sei quem acaba superando e quem acaba chorando por longos dias. Mesmo não estando aqui, sua presença permanece, tirando meu sono e minha paz. Só quero fechar os olhos e te ver perto de mim novamente, como da primeira vez.
“Porque eu ainda vou continuar sonhando com você.”

segunda-feira, 3 de junho de 2013

- corações e chuvas.

A rosa, em pétalas de chocolate, foi molhada pelas gotas de chuva, que não impediu a leitura de um poema feito em papel carmim, precisamente ao som do badalo do relógio central, soando vinte e três horas e trinta minutos, selando aquele momento com uma aliança. Tudo parecia escuro, sombrio e as luzes estavam além do horizonte, mas o calor de dois corações estavam naquele lugar. A janela estava chorando e uma mão qualquer passou nela, fazendo uma marca deslizada para baixo; uma opressão. A adrenalina tomava conta daquele pequeno lugar e quatro braços, quatro lábios e dois corações estavam juntos, tomando banho de chuva; ou não. Simples e intenso, na ponta do pé para te alcançar. Os meteoros estavam caindo do céu sobre nossa cabeça, deitados no capô do carro, com as estrelas nos assistindo; e apenas um vaga-lume no chão nos assistindo com as patas em seus olhos; com vergonha.
“Vem ficar mais um dia comigo?”