terça-feira, 26 de agosto de 2014

- sonhos destruídos.

Busquei vários meios para conseguir, mas não deu. Fui paciente, fui compreensivo, fui tolerante; quebrei meus limites. Segurei até onde pude, mas parece que você não percebe. Você olhou apenas para seu ego superprotetor, impedindo de enxergar o que estava acontecendo ao redor. Tudo foi acabando... pouco a pouco. Agora vou pegar todos meus sonhos fragmentados e jogarei no vaso e darei descarga para que eles fiquem onde deveriam ficar; bem acompanhados. Você me queimou, me destruiu, me abandonou; me amou, me usou e depois não quis mais.
"Eu tentei, será que você não vê?!"

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

- em pedaços.

Saí correndo na frente de milhões; fui mais esperto. Mas essa é minha natureza... meus instintos aconteceram sem eu perceber, e quando percebi já estava lá. Quentinho, aconchegante! Ouço vozes e sinto um clima desconfortável. Sinto cheiro de uma fumaça fétida cercando meu corpo; será que estou pegando fogo? Apenas quero descansar, dormir um pouco, mas o cheiro desse líquido que estou bebendo sem perceber é muito forte para mim; amargo, me deixando com dores. Vejo uma luz vindo debaixo de mim... Será que é minha hora? Nem estou inteiro ainda... De repente algo gelado tocou em mim, era muito afiado, e então o ar começou a acabar, e pude ver os meus pedaços e minha vida sendo tiradas de mim. Será que eu fui um estorvo? Será que eu não era bonito? Será que eu não fui planejado? Será que ninguém me ama? Apenas sei que eu não pude escolher. Hoje eu morri e minha mãe também.
"Eu só queria poder nascer..."

terça-feira, 5 de agosto de 2014

- amigo de vidro.

Ele não anda, não fala, não pensa; está imóvel. Não come, não bebe, não dorme; apenas descansa. Não brinca, não cai, não sobe; está paralisado. Não olha, não ouve, não cheira; nem a mais pura oliveira. Não canta, não dança, não interpreta; acho que ele tem vergonha. Não ri, não chora, não sua; mesmo com bastante calor. Não surpreende, não surta, não grita; muito gentil. Não comemora, não sente, não ama! Apenas continua ali, exuberante, me completando, me entendendo...
"Ainda imóvel..."