terça-feira, 20 de janeiro de 2015

- Ahhhhhhhhhhh.

Queria poder gritar... bem alto. Queria poder gritar nas montanhas, na floresta, num deserto escaldante; apenas gritar. Gritar para a lua e para as estrelas, para as nuvens e para o céu; ele não tem culpa. Gritar, apenas gritar. Gritar onde ninguém poderia me ouvir e vir questionando qual o motivo do grito. Apenas gritar bem alto, sem nada nem ninguém saber. Gritar pro mundo afora, gritar pro mar, para o horizonte... Mas estou cercado de pessoas e não posso gritar; meu pobre e esquecido grito, que está preso nas minhas cordas vocais e não consegue sair.
"Apenas continuarei a hesitar, aguentando firme com meu grito calado."

sábado, 17 de janeiro de 2015

- ardendo.

Na pia apenas um prato, um copo, um talher. No banheiro uma toalha, uma escova de dentes. No quarto um colchão, um guarda roupa, um perfume; velho, esquecido. Nas paredes apenas ecos, no quintal um resquício de perfume sendo apagado pelo vento; sopro ingrato. O sol está escondido, mas está ardendo a pele crua. Os pássaros cantando; sobrecarregados. Aquele cantarolante piano está em um silêncio contínuo e um pouco empoeirado. A borboleta repousa no lírio e a chuva foi embora, não olhou para trás e nunca mais voltou. O que houve de errado?
"Nada... Apenas cansados."