terça-feira, 27 de outubro de 2015

- sem mais chances.

Eu estava com medo. Meu coração pulsava, meu suor caia, minhas mãos tremiam... como vim parar aqui? Até onde cheguei? Será que era pra tanto? Sim, era! Respiro fundo, fecho os olhos e revejo varias vezes a mesma cena em minha mente acordada; não pode ser real, não pode ser real... Mas era. Como pôde fazer isso comigo? Entreguei para você tudo o que eu tinha de melhor em mim, briguei, venci medos e limites e parece que mesmo assim não fui bom o suficiente. Por que não me disse antes? Seria tão mais compreensível... Mas você preferiu o caminho mais doloroso; a mentira, o engano. Você nem pensou em mim, como eu me sentiria, como seria depois disso; apenas fez. Agora em minha frente está um cubo de gelo pendurado pelos pés com uma corda, sangrando aos poucos pedindo perdão por várias vezes, que ficou até automático e cansativo. Apenas apontei o indicador na minha boca, com a mão ensanguentada, e dois sons estavam naquele lugar: "Shhhhhh" e uma canção de ninar. Agora é tarde demais, já está feito e não pode ser apagado. Só espero que tenha aprendido a lição e mesmo não havendo outra e qualquer chance, direi apenas para não perder o costume:
"Nunca mais faça isso!"

terça-feira, 6 de outubro de 2015

- soar da porta.

Eu sabia! Algum dia iria acontecer. Você ficou pra trás e eu estava rápido demais. Culpa minha? Sua? Não sei se existe culpa ou culpado. Insisti e persisti em algo incrível e fantástico e investi meus sonhos em um único ser. Como pude me enganar? Tudo parecia bem... por que foi embora? Não pude nem contemplar seu adeus. Seus pequenos olhos cheios de lágrimas e desespero, seus lábios tremendo e suas costas virando para mim são as últimas coisas que tenho de você no restinho da minha lembrança; depois disso lembro estar olhando para o teto do meu quarto, paralisado, tentando entender o porquê e como cheguei até alí. Algo dentro de mim pede para você voltar em uma madrugada fria de inverno, batendo em minha porta, de braços cruzados e tremendo de frio, batendo o queixo e balbuciando algo do tipo "oi"; você sabe que um oi bastaria. Mas algo dentro de mim, bem no fundo, sabia que tudo isso acabaria.
"E não mais voltaria."

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

- apenas sou.

Tentei escrever coisas sobre Deus, no qual sou fã, amo incondicionalmente e mais que tudo, mas faltaram-me palavras. Tentei escrever coisas sobre família, mas não consegui. Tentei escrever coisas sobre felicidade, mas "ué", onde ela está mesmo? Tentei escrever coisas sobre alma gêmea, mas uma sempre será mais velha que a outra. Tentei escrever coisas sobre o futuro, mas ele sempre será impróprio e imprevisível. Tentei escrever coisas sobre o passado, mas não quero velá-lo mais vez com lágrimas amargas... Tentei escrever coisas sobre desejos sexuais, mas eles estão presos em algum lugar chamado rotina anárquica. Tentei escrever sobre a vida, mas ela está passando tão rápido que quase me atropelou. Tentei escrever de tudo, mesmo. Mas a tristeza, saudade e dores são o que me inspiram. Não me julgue, não sou sombrio. Sou feliz e muito. Apenas deixo elas tomarem conta de mim por um tempo e me idealizo em situações de meus pensamentos. Não tenho controle de todas as escolhas.
"Deixo-as fluir."