segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

- cinza.

Tudo está preto no branco. As cores perderam a sintonia e não existe mais as primárias ou secundárias; no máximo cinza. Os passarinhos cantam cinza numa equalização desarmoniosa de tristes e sofridas canções, juntamente com o vento cinza sem refresco ou calor. A terra está cinza, sem vida perambulando por ela, nem as minhocas, nem as gramas, nem as borboletas, nem as formigas cinzas, levando seu alimento desesperadamente no seu ninho cinza para alimentar sua bela e persuasiva rainha cinza. O clima está cinza e as árvores cinzas estão derrubando suas últimas folhas de seus galhos e suas antigas flores cinzas estão murchas e apodrecendo sobre um pequeno banco de madeira cinza, ao lado de um carro cinza que, antes era o ninho de um casal que se encontrava as escuras, em uma noite cinza escondido de tudo e de todos, com uma linda lua cinza e pequenos pontos brilhantes cinzas... mas num piscar de olhos eles se foram, um para a direita e um para a diagonal, um com lágrimas cinzas de saudades e outro com um falso sorriso de um dia que não terminou bem, disfarçando seu péssimo dia cinza. Algo os separa, algo os une. Sempre assim? Não sei... Uns dizem que o tempo passa e tudo passa, mas se o tempo cinza apaga, dessa vez, ele não apagará.
"Volte e devolva minhas cores, pois tudo ainda está cinza, sem previsão de cores."