quinta-feira, 11 de julho de 2024

- buzinas.

Dentro de mim, abriu-se um buraco e, dentro, havia uma dor, que durou dias e dias e mais dias e mais dias, que eu achei que nunca mais iria passar; eu queria me entregar... Até que um dia eu deixei vir tudo de uma vez, sem resistência, sem enganos, sem truques e ela veio... eu estava andando de carro e parei no meio de uma estrada com o som alto do freio que pisei e gritei, eu soquei o volante várias vezes, desci do carro, me joguei no chão, com carros vindo em minha direção e as buzinas atrás de mim estavam sendo tocadas bem altas e eu esmurrei o chão cheio de pedregulhos que destruiram minha mão direita, que precisei tirar os pedacinhos de pedra com uma pinça, porque entraram em mim, se confundindo com meu sangue e minha carne; foi bem maior que eu. As nuvens até cobriram os olhos das estrelas para elas não verem esta cena. Eu, sentado, encostado no meu carro, abracei minhas pernas e me afoguei em tudo que eu estava sentindo sem negar um sentimento se quer e me vi preso dentro de um buraco sem fundo... Eu chorei tanto que esse buraco se encheu de água e comecei a me afogar e estava pronto para dizer adeus a tudo. Foi quando eu lembrei que eu sabia nadar sozinho e empurrei meus pés, com força, no fundo desse buraco e saí para respirar. E eu percebi que cada vez que eu respirava sozinho eu me tornava mais forte. Então eu decidi deixar tudo o que eu sentia para trás de uma vez por todas e seguir em frente, nadando contra a correnteza e fazendo tudo isso somente por uma pessoa: eu mesmo. Eu estou melhorando, mas uma coisa eu te garanto:
"Eu nunca mais serei o mesmo."

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