segunda-feira, 22 de julho de 2024

- olhando para o espelho.

Desde bem pequeno eu estou acostumado com o sofrimento e abraçar tudo (até mais do que aguento) só para ver todos ao seu redor bem. Porém, eu sempre esqueci de mim, me deixando para o último plano da semana (se sobrasse tempo) que se tornou hábito essa dor no coração, algo que se tornou físico; meu organismo já esperava somente o sofrimento. Quando tiveram vários momentos em que eu poderia desviar o foco da dor e aproveitar a felicidade, eu tinha crises de ansiedade bem fortes, mas eu deixava introspectiva, e por disfarçar bem, eu nunca falei para absolutamente ninguém (ninguém mesmo), porque eu tinha medo de acabar rápido essa felicidade. Mas existiu um momento que precisei colocar ponto final nesse sofrimento de infância e decidi estar sozinho e acabar com todo esse sofrimento e me conhecer. Teve esse dia que eu resolvi sair mais cedo do trabalho, direcionei meu corpo de frente para o espelho, com as toalhas ainda tapando o espelho para eu não me ver mais, tirei a toalha de olhos fechados, tapados com as mãos, abri os olhos bem lentamente, e fui tirando dedo por dedo, até tirar toda mão... eu me encarei de frente, com bastante medo, de olhos inchados, vermelhos e molhados, os lábios tremendo e disse: "olá, prazer, eu sou o escritor e a partir de agora você será um novo escritor e tudo o que você passar na sua vida..."
"... vai passar..."

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