quarta-feira, 16 de abril de 2014

- as dores de um silêncio.

A voz se findou e nela não se ouve nada além de gemidos incessantes de dores guardadas dentro da alma; elas não entram e não saem, mas permanecem ali para lembrar o quanto dói. A lágrima está grudada dentro dos olhos e não quer sair de forma alguma; tentei espremer, empurrar e forçar, mas ali ela continua e não quer escorrer. Os dentes estão fortemente cerrados como se estivessem mastigado algum tipo de cola, que agora secou e grudou para sempre e com isso a boca fez sua parte e agora não sorri mais. O Olhar está com pedras de gelo dentro de um copo no qual permanecerá gelado até a próxima estação. As mãos e os pés estão roxos, porque o sangue não quer percorrer seu espaço; estão morrendo. O corpo está cheio de dores e descaso; uma ânsia sem fim, um rangido que incomoda e nada parece resolver. O ar é como uma bomba de gás lacrimogêneo; queimando por onde passa. Me resta apenas esperar o sol voltar a brilhar.
“Porque é fácil dominar uma dor; exceto aquele que a sente”.