sábado, 4 de fevereiro de 2023

- a relva.

Hoje o dia amanheceu mais cedo do que o comum. Era para tudo estar no lugar, era para todos estarem sorrindo, era para o sol estar brilhando. Mas uma, duas ou mais lágrimas estão aqui, saindo pela falta de ar, mesmo ele estando presente, soprando meu rosto, com um sufoco de perda, medo, desespero e despedida. Já sei o amanhã e ele tomará a mesma atitude do ontem (que já foi amanhã um dia) e vai ser doloroso mais uma vez e as minhas mãos estarão fechadas, de medo, de novo. Por que me deu para provar o sabor da perfeição se vai tirar ela de mim? Por que eu quis a fruta mais alta do pé? Para onde eu vou? Por que eu continuei colocando a mão, se eu sabia que eu me queimaria? Por que eu tentei? Não quero mais tentar, não quero mais jogar, não quero mais sangrar. Só quero que esse sonho ruim passe e eu acorde logo, antes que passe o tempo, sem eu perceber, e eu precise ficar mais cem anos esperando alguém me acordar com um beijo.
"Precisava doer tanto?"