sexta-feira, 31 de julho de 2020

- meu pesadelo favorito.

Não posso acreditar que foi somente um sonho. Tive você defronte meus olhos por minutos (eu acho). Ouvi sua voz calma e imponente, senti todo seu cheiro que estava quase esquecendo, olhei para seu perfeito e desenhado rosto, sua barba mal feita, seu lábio levemente aberto, sua sobrancelha cerrada e arcada delicadamente, seus dentes brancos, aquele meio sorriso de um lado da boca, o cabelo bagunçado todo jogado para a direita como uma onda do mar, sua orelha minuciosa e aquele mais lindo nariz pontudinho. Como assim foi um sonho? Não posso acreditar que levantei-me da cama e você não estava lá ao meu lado, abraçado, aquecendo, invadindo meu espaço, me esmagando e... espera... quem te deu permissão para invadir meus sonhos? Eu tinha te esquecido! Tinha tirado você do meu convívio social psicológico e fechado você em uma caixa bem fechada, lacrada, amarrada com uma fita que dizia mais ou menos “não abra em hipótese alguma”. Queria ter o poder de te arrancar de vez da minha memória e te expulsar de todo o meu ser. “Por favor, não volta mais!”, dizia um bilhete escrito sobre outro escrito:
“Eu ainda não me esqueci de você”.