segunda-feira, 26 de novembro de 2012

- nem que seja em pensamento.

O tempo vai passando, dia após dia e coisas não são capazes de sair de nossa mente, aquelas que ninguém sabe que você esconde, bem lá dentro e mesmo que procurem nunca saberão onde. Pra que mostrar coragem e dizer que é capaz de amar cupidamente se você nunca terá quem realmente quer, enganando, talvez, criando fantasias na cabeça daqueles que você nunca escolherá? Apenas digo que não sou capaz! Mais uma vez estou pensando nisso, deixando para lá o caminho mais fácil. À noite eu ouço minha voz, sem saber que sou eu mesmo falando, dizendo: “por que este sentimento nunca acaba?” Nunca vai existir alguém igual a ti, pois até hoje tocou no meu coração com um olhar; só um tiro certeiro, e ninguém, até hoje, atingiu tão fundo, nem com palavras, nem com ações, nem com o sorriso. Me sinto envergonhado em ainda dizer isso. A realidade é que estamos em mundos separados, agora. Será que alguém pegou meu lugar? Eu deveria imaginar isso acontecendo, pois o que eu poderia oferecer? Eu deveria ter visto os sinais; talvez eu vi, mas não quis aceitar. Ganhar ou perder? Continuar pensando ou deixar para lá? Amar ou odiar? Cedo ou tarde terei de escolher... Infelizmente não tive muitas chances para demonstrar o quanto eu me importo. Se eu pudesse voltar no tempo será que eu faria melhor ou escolheria nunca ter te conhecido? Mas se eu deixar-te partir de vez, nunca saberei o que é o amor novamente. Será que você viria, agora, sorrindo? Como saberei se eu te deixar partir?
“Eu pensei que o teu amor não terminaria nunca. Como eu pude ser tão bobo?”

domingo, 25 de novembro de 2012

- não importa.

Grite... grite sim e bem alto; pode gastar todo seu ar. Ninguém vai te ouvir, mesmo estando ao teu lado, entretanto, se ouvirem, dirão que sabem o que está passando e que sente muito, mas não poderão ajudar, te olhando com pena; clichê. Olhos por todo o lado estarão, mostrando gratidão e compaixão, mas as lágrimas são de crocodilo. Sopram para você respirar um pouco de ar, mas o pulmão parou faz muito tempo; nem suspira. Às vezes me pergunto se os problemas que nós arrumamos são difíceis de resolver ou aqueles que estão do nosso lado que são inúteis. Por que as pessoas nunca são transparentes, vivendo um carnaval mascarado a vida toda? Por que acham que seu problema ou é muito mais difícil de resolver que do outro ou que pode tomar conta do teu próprio problema, levando ele pra sempre nas costas cansadas ao invés de resolver com uma simples atitude? Por que a ansiedade, o descontrole, o egocentrismo, o orgulho estão vivendo, fortes, e o amor é o único que parece estar doente? Pode gritar bem alto, mas já disse que ninguém vai te ouvir.
“As pessoas estão mortas por dentro e não sabem disso.”

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

- bem mais que amigos

Um arrepio tomou conta do momento e um suspiro aconteceu; mas não havia ar. A insanidade apoderou-se por completo dos pensamentos e desceu para dentro da bermuda; que caos. O auto-controle deixou um recado escrito: “volto em instantes”, sem ao menos dizer onde foi; ele sempre some. Em seguida um grande esforço infrutífero para tentar dar sentido ao que não tem sentido; era óbvio. Ouvia-se apenas o eco do silêncio remanescente num gemido do vácuo; infinito. Jogou-se então a pureza no vento e soprou para bem distante... lá onde os sonhos navegam. Os olhos fechavam-se com o franzir da testa; ela suava. A mão fez curvas e as pernas entrelaçadas. O cabelo puxava; “- veja só...”. Tudo isso bem intenso, mas ainda havia vida. E quando o auto-controle voltou já era tarde, aliás, o sol estava aparecendo e o quarto estava vazio.
" Mas o chuveiro estava ligado ainda..."

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

- força irracional.

E com certeza poderia ser tudo mais fácil. Ao dormir, alguém estaria ali e ao acordar, sentir seu respirar. Deitar em seus braços para fazer sentir-se seguro, dormir abraçado para sentir-se acompanhado e um beijo de boa noite para completar a história. Por que tudo isso é tão difícil? Não culpo a opção; culpo apenas o coração; sempre equivocado. E bastava ouvir apenas que as lágrimas não foram ignoradas, só para o dia continuar bem.
“É difícil deparar-se com o sonho, quando você sabe que é perda de tempo.”

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

- sociopata.

Eu não poderia sentir esta necessidade. É como se mil vozes, lá no fundo, ecoassem, sussurrando: “Isso é quem você é”. E você, confuso, luta contra a pressão, mas a necessidade vem crescendo como uma onda, agora barulhenta, perfurando e insistindo, cutucando para ser alimentada. Mas o sussurro fica cada vez mais alto até gritar: “AGORA!” e é a única voz que você ouve; a única voz que quer ouvir. Você pertence a isso... a essa sombra própria; a este passageiro escondido. Eu sei de sua existência em mim e deixo se esconder, e certamente não falo sobre ele. Mas está lá; sempre. Quando ele está dirigindo eu me sinto vivo e estranhamente mal de ter essa sensação de saber que está errado, ele, em estar no comando. Não luto contra ele e nem quero. Ele é tudo o que eu tenho e nada mais poderia me amar... nem eu mesmo... ou é só uma mentira que esse passageiro me conta? Porque existem momentos em que me sinto conectado a algo mais; a alguém. É como se ele se escondesse e coisas, pessoas que nunca tiveram importância passam a ter... Isso me assusta muito...
“Às vezes você só deixa ele no controle para saber quem você realmente é.”

terça-feira, 6 de novembro de 2012

- (re)construindo.

Olhei em volta e tudo estava velho: as paredes, os pisos, o telhado, o jardim, o coração. Por que nossos momentos juntos terminaram? O que eu sinto parece não passar, eu sei. Está ficando repetitivo e cinza; a mesma chatice, mas apaixonar-me não fazia parte do plano. Eu memorizei o seu número, porque ainda não consigo te ligar? O telefone quebrou ou você mudou de número ou meus dedos não acertam mais? Apenas fecho meus olhos e faço um pedido e o telefone toca. Ansioso pego o telefone e deixo cair, desligando-o, sem querer... Era você? Está pensando em retornar a ligação? Espero que seja agora e não amanhã. Tento cantar uma canção para mudá-los, pois eu não mando nos meus pensamentos e ele insiste em me levar até a você. Continuo arrumando as coisas jogadas, limpando a poeira (que são muitas), ensacando coisas antigas e guardando no sótão, mas ele parece bem cheio. As lágrimas? De saber que está bem longe e talvez permaneça. O sorriso? De saber que você ainda existe. As coisas conspiram contra fazendo com que não haja a menor probabilidade. Tirei as plantas mortas e coloquei novas sementes. Aguei-as e protegi-as do sol; lembro que fazia isso contigo. De novo você? Devolva o meu mundo que eu devolvo a sua paz. Foram seus olhos e não minha vontade; não me culpe. O sótão abriu-se e começaram a cair às coisas velhas lá de cima. Não vou escondê-las de volta. Mergulhei sem pensar e nem sei se voltarei, me afogando aos poucos neste mar sem fim, nem meio.
"E eu apagar ainda não basta."

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

- já!

Você já tentou entrar numa situação que já sabia exatamente o que iria acontecer? Mas você entra assim mesmo. E então seus temores vêm à tona e você se tortura porque já sabia como terminaria. Isso é quem você é e, além de tudo, fica se punindo por isso. O amor não é fácil, pois uma vez que você o acha (o verdadeiro) ele jamais poderá ser substituído. E você se consola do sofrimento e supera a dor. Acha que aprendeu e poderá continuar em frente... e faz tudo errado outra vez; te perseguindo...
“E dentro de si mesmo haverá borrões, d’onde poderia ter saído uma bela obra de arte.”