sexta-feira, 31 de julho de 2020

- meu pesadelo favorito.

Não posso acreditar que foi somente um sonho. Tive você defronte meus olhos por minutos (eu acho). Ouvi sua voz calma e imponente, senti todo seu cheiro que estava quase esquecendo, olhei para seu perfeito e desenhado rosto, sua barba mal feita, seu lábio levemente aberto, sua sobrancelha cerrada e arcada delicadamente, seus dentes brancos, aquele meio sorriso de um lado da boca, o cabelo bagunçado todo jogado para a direita como uma onda do mar, sua orelha minuciosa e aquele mais lindo nariz pontudinho. Como assim foi um sonho? Não posso acreditar que levantei-me da cama e você não estava lá ao meu lado, abraçado, aquecendo, invadindo meu espaço, me esmagando e... espera... quem te deu permissão para invadir meus sonhos? Eu tinha te esquecido! Tinha tirado você do meu convívio social psicológico e fechado você em uma caixa bem fechada, lacrada, amarrada com uma fita que dizia mais ou menos “não abra em hipótese alguma”. Queria ter o poder de te arrancar de vez da minha memória e te expulsar de todo o meu ser. “Por favor, não volta mais!”, dizia um bilhete escrito sobre outro escrito:
“Eu ainda não me esqueci de você”.

terça-feira, 14 de abril de 2020

- passou!

Aconteceu o que eu temia... a escuridão desse sentimento tomou conta e não vai sair; não mesmo. Eu estava apanhando sentimentalmente como uma onda sobre a terra e procurei armaduras, escudo e espada para me proteger, e eu encontrei, e não vou abrir mão. Dessa mesma forma, nesse mesmo dia, talvez ano passado, estaria chorando, secando lágrimas e juntando todas que deixei no chão, na camiseta, no travesseiro e nos meus dedos, mas chega uma hora que até mesmo o mais profundo e mais lindo sentimento cansa! Sim ele cansa. Hoje apenas estou tirando meu terno preto de luto e estou colorindo minha vida; ele passou. Não sinto mais angustias, insônias, tremedeiras, meus queixos batendo com medo de perder (algo que já não é meu faz temmmpo) e era esse sentimento que não podia tomar conta de mim. Agora você percebeu, com incômodo, esses sentimentos e está correndo atrás do desastre que fez. Dói, arranha e machuca, COM CERTEZA eu sei. Mas não me desculparei, pois não foi de propósito. Nossos lábios, agora, arranham, nossos olhos nem se olham, nossas mãos se desconhecem e nossos corpos fingem que não veem um ao outro, e é isso.
“Versos sem refrões ainda são versos.”