sexta-feira, 29 de outubro de 2010

- ninguém me disse como fazer.


Depois que eu cheguei do serviço, ao tomar um banho eu vi meu rosto sobre o vapor embaçado do vidro e não me reconheci. Fiquei olhando por alguns minutos alguns traços novos que antes não estavam ali. Fechei os olhos e de repente estava sentado na frente do computador olhando pra sua foto. Senti-me estranho, como se a Terra estivesse virando, arrastando-me pra dentro da tela, pois senti que estava escorregando. Segurei na cadeira e nada aconteceu. Fechei os olhos novamente e quando abri estava abraçado a você. Você dormindo e eu falando contigo, como sempre fiz. Comecei a falar tanto que você despertou e bateu sua mão em meus olhos e quando abri estava em um avião. Não lembro bem o rumo que estava pegando, mas sabia que você estava ali. Segurei minhas mãos, abaixei a cabeça e fechei os olhos. E quando abri, encontrei-me sentado sobre algo macio, sentindo um vento gélido... Olhei para o céu e as estrelas parecia estarem perto; estava sobre uma nuvem. Aquele momento era o em que mais preferi estar e entrei em êxtase. Mas um vento forte soprou meus olhos e quando os abri estava no chão; contando as horas passarem, contando dias de felicidade e contando meus medos pro meu consciente. Estava tão entediado que quando acordei estava na frente do espelho me observando. Mas estava doendo algo do meu lado direito e pus a mão e senti que era sua falta. Estava tudo bagunçado e tudo vazio. Existem oceanos entre a gente e todos te mostraram pra onde fugir e você foi. Alguém pode levar toda essa dor embora?

“Eu posso viver feliz sem você, mas não por completo.”

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

- voz clamada.


E quando o mundo começar a cair e seus olhos começarem a derramar lágrimas, por favor, não chore! Logo suas lágrimas secarão e estará sorrindo de novo. E quando fechar seus olhos, no seu quarto e partir para um de seus sonhos malucos, num lugar onde tudo é mais fácil, transportando pessoas e vontades ao seu redor em apenas segundos, e acordar e sentir-se solitária, pensando que ninguém nunca quer ou importa-se em explicar o que é a dor do coração e o que ela pode trazer, acalme-se... Logo de manhã o Sol irá nascer. E quando estiver despencando dum abismo sem fim, perdendo pedaços e sua fé, sendo digerida por um buraco negro, onde é difícil de encontrar o chão quando o medo toma conta e ninguém estende se quer a mão para você segurar-se, abra seus olhos e olhe dentro de sua alma; olhe dentro de você mesmo, como seu mais velho amigo e uma voz interior dar-te-á uma força para guiar seu caminho, dando-te confiança para seguir em frente, fazendo do seu dia nublado, um mais brilhante e único.

“Acredite em você.”

sábado, 16 de outubro de 2010

- confins.


E se de repente meu coração sentir sua falta? Nos agouros de noites escuras, gemendo de medo de novo modo de vida que implicou-me, forçou-me a viver, onde eu havia pintado uma grande tela de douradas perspectivas às vezes próximo, às vezes não. Mas você a destruiu, com minha ajuda, e agora sobrou apenas o cavalete jogado no canto do quarto, ao lado da escrivaninha que guardei sua foto, que revelei e você não soube. E na mesma, está guardada minha carteira com alguns vinténs e a aliança onde, lembro até nesse momento a cena e seu rosto envergonhado ao recebê-la. Quer saber de uma coisa? Eu faria de novo; sim. Apaixonar-me-ia por você e amar-te-ia, pois eu nunca escondi o que eu realmente senti e sinto. Apenas faça-me saber o recíproco, pois o cavalete está guardado e escondido para ninguém mais pintá-lo.


“Hoje não, amanhã sim... quem sabe.”

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

- apenas um jogo maluco.


Passou o mês de setembro e com ele outubro está partindo, tão rápido como se minutos fossem horas. E no cair da noite sinto sua presença a mim vindo, como uma brisa que entra, indesejável, pela canto direito da janela mal fechada, de uma fresta vã, resfriando minh’alma. O insano céu escuro bordado de estrelas incandescentes gritando seu fulgor a beira-mar, expondo seu astro noturno, que prevalece no reflexo da água de seus olhos que insistem em cair. Dois corpos se amando sobre um lençol manchado de desejo, sobrepondo de um ventilador para tentar cessar a chama que ali queimava; Mas o vento cintilante fazia com que a chama cada vez mais se espalhasse. É o amor, o estresse, a paixão, o desejo e o peso na consciência circulando, juntos, num único ser; indeciso. Num grito de desespero cria-se um muro, partindo um coração e criando duas almas. E no começo da manhã seguinte seguiremos para nossas obrigações, sem o primeiro beijo apaixonado de bom dia.

“Só não deixe que um erro nos mantenham afastados.”

terça-feira, 12 de outubro de 2010

- procurando sentido nos sentimentos.


É como se todos fizessem com que eu aprendesse,
Nem que pra isso precise doer um pouco, mas da melhor forma possível.
E na velocidade da luz os pensamentos voam...
Pensei que não, mas você continua irresistível.

Tá... Admito que aprendi várias coisas
Com o presente e com o passado.
Mas tem coisas que é difícil de compreender
Quando eu lembro em estar ao seu lado.

Pensei que precisaria perder
Para dar seu devido valor
E estava certo.

Oh, tempo... Tempo...
Seja meu amigo ao menos uma vez
E deixa-me recomeçar...


“O teu vento vem me perturbar.”

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

- está por todos os lados.


Convosco, peculiar
Vi que não foi a primavera.
Nem o outono
Ou o inverno, que tanto espera.

Não foi uma ogiva nuclear
Nem uma bomba a explodir.
Foi uma explosão natural
Que meu coração passou a sentir.

Livre do medo,
Também o impossível eu deixei.
Apenas abri meus braços
E meus olhos eu fechei.

Convosco, peculiar
Não fez sentido, comigo.
Abrangeu seus caminhos
Como um velho e não esquecido amigo.

"E eu estou fora de mim."

sábado, 2 de outubro de 2010

- pesadelo.


E na sombra deste arvoredo
Nossos lábios se tocavam.
Meu anjo belo de Deus, de tão doce
Nossos olhos se fechavam.

Sua voz em mim entrava
Como o mais glorioso hino.
Então a face empalidece
É seu som que torna-o divino.

Se nós morrermos num beijo
Acordaremos no céu que merecia.
E você tão doce
Nos sonhos junto a mim adormecia.

Quando olhei para o lado
Vi meu travesseiro e o vazio.
Oh, insano sonho
Que minh’alma pôs-se em desvario.

As pálpebras doloridas e úmidas, nunca enxutas
Queimei teus fantasmas invocando o vento do deserto.
Eu deixo o tédio como deixo a vida
Sem túmulo nem cruz, nem um lugar ao certo.

Deixei-te de lado, mas nunca desisti;
Sufoco-o sem dó.
Agora tenho que partir
Dos túmulos ao pó.

"Ardentes gotas de licor dourado saindo dos olhos; esqueci-as no fumo e na leitura deste poema."