terça-feira, 14 de dezembro de 2021

- piscas piscas.

O espírito natalino chegou aqui. Ele se habitou em cima de uma mesa de vidro com quatro cadeiras brancas, trazendo sua delicada árvore branca, com um laço prateado amarrado em seu caule, suas bolas rosegold decorando seus ramos fortificados de plástico duro, um veado branco metido a indelicado se posicionou em baixo de suas folhas para se refrescar do calor, sua bota guarda uma surpresa de neve com o nariz de cenoura e suas quentes roupas, que só de olhar me dá calor... Finalmente os piscas piscas iluminam a sala vazia e escura, iluminando o sofá onde ninguém mais sentou e o topo da árvore está em sua frente, jogado, mas não esquecido. Ele vai ficar aí por todo o Natal, porque somente duas mãos não podem com seu peso e nem com seu verdadeiro significado.
"Embaixo dela terá um presente específico que já havia sido comprado há um bom tempo, muito bem embalado, que não vai ser entregue."

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

- então...

A madrugada veio me dar boa noite. Ela estava inquieta e bem atenta aos detalhes ao seu redor, com grandes olhos abertos que não fechavam nem para descansar suas dilatadas pupilas de insônia. Uma, duas, três, quatro, cinco, seis da manhã vi passar, olhando para o alto sem entender bem o que estava olhando, com um pequeno embaraço de algumas letras roxas, manchadas de gotas aleatórias sobre elas, dentro de um quarto vazio, repetindo o som das lágrimas caindo no chão, ao lado de um corpo despido, gelado e esquecido; havia sete poças alí. O sol não doeu meus olhos, pois o vi nascer, as estrelas não deram um até logo, pois prometeram estar de volta já já e o silêncio está me fazendo companhia desde então; viramos melhores amigos. Estou sentindo bastante falta de alguém que foi dar uma volta, mas não me avisou com antecedência para eu me preparar e nem quando voltaria...
"O ar."