- três sorrisos.

Minhas duas bolinhas de pêlos brancos, o pai está morrendo de saudades, vocês não tem idéia. Eu penso em vocês todos os dias, sem pular um dia. Sinto muita saudades, com um grande nó na garganta e algumas lágrimas sobre meu rosto. Queria que vocês pudessem ler ou andar de ônibus sozinhos. E eu achei que com o tempo iria doer menos, mas eu me enganei, ainda dói muito. Essa minha atitude foi necessária para eu poder seguir em frente, pois eu estava me matando aos poucos, mas eu nunca vou me esquecer de vocês. Vocês são o amor da minha vida, nunca se esqueçam disso. Me perdoem, por favor.

"Eu amo vocês."

- carne viva.

A carne está exposta, os ossos quebrados, a pele necrosando e o coração parou de bater recentemente. Estava bom demais para ser a realidade completa. Mas mesmo eu me entregando por inteiro, você preferiu me iludir do que me contar logo suas intenções, e eu caí na armadilha. Por que eu fui tão estúpido? Eu não aprendi nada com meu passado? Por que os girassóis estavam mortos no quarto? Por que só os meus olhos que estão tristes? A dor era psicológica, virou emocional e se transformou em física, na qual está ardendo meu coração, estilhaçado com a facada que eu levei. Está faltando ar, está difícil de ver, está dificil de sentir. Eu tinha sonhos, desejos, planejei um futuro e as alianças do casamento já tinham sido compradas e estavam escondidas no guarda-roupa; e quando eu estiver em casa elas irão para o mesmo lugar que está meu coração.... dentro de um saco preto. Até ontem eu faria qualquer coisa por você, enfrentaria o mundo inteiro... mas ainda sim foi pouco; e eu não consegui oferecer mais. Você era minha fortaleza. Esse texto, escrevo escondido no meu serviço, com o corpo fraco, olhando para uma parede pálida, com dificuldade de escrever por causa das lágrimas que embaçaram os óculos.

"Estou destruído por dentro mais uma vez."

- no rosto.

Você me disse que seria pra sempre. Você me prometeu amor eterno. Você segurou minha mão. Você olhou bem no fundo dos meus olhos. Você me iludiu direitinho. Você não conseguiu me ouvir. Você preferiu a bagunça. Você virou as costas para mim. Você bateu a porta na minha cara. Você me deixou chorando sozinho.

"E essa noite, mais uma vez foi longa, molhada e de olhos bem abertos."

- remendos.

Eu tentei, de todas as formas, maneiras, meios, possibilidades, mas algo que estava errado realmente estava errado. Eu vou chorar, eu vou sofrer, eu vou perder o juízo mais uma vez, vou me isolar e vou me perder de novo. Mas os limites estão aí para serem cumpridos sem desrespeitar meus próprios sentimentos. Eu sei o tamanho da perda e não vai ser pequena... vai acrescentar mais um buraco nessa peneira chamada coração, mas é preciso. As lágrimas já estão postas, os olhos pequenos, as mãos tremendo e o coração saindo pela boca, e eu vou enfrentar tudo isso como sempre fiz... Sozinho! Mas meus sentimentos são importantes e vou respeitar eles. Eu me valorizo quem sou por completo; e basta.

"Eu me amo".

- pressionado.

Não entendo a fixação, não entendo a devoção e nem a dependência. Um é catorze e cinco é nove. A necessidade dos olhos e do passado que acompanha faz parte de um trauma gostoso, que está alí, e está acomodado, e dependente, e age como se nada tivesse acontecido; é normal. Mas as simples coisas feitas sem pensar corroe quem está ao redor aos poucos, mesmo sem saber. Agora não é apenas um, agora são dois, mas o sentimento em secreto do segundo parece não ter tanta importância mesmo, pois ainda age como um. Fotos, pessoas, bagunças, detalhes, contrastes...

"A boca está costurada com uma corda".