quinta-feira, 28 de setembro de 2017

- rimas mudas.

Ainda não sei como dizer pra mim. Os versos ainda estão mudos e eu me perguntei se eles permanecerão assim. Não quero mais intrusos e eu sei que consigo. Respirei um momento só pra mim e sei que tudo vai acontecer. Sei que algum dia tudo vai se reconstruir e voltar ao seu lugar, até nos pequenos detalhes. Hoje o coração grita que não, em alto e bom som; só não me venha com outra rima.
"E se vier, meus ouvidos estarão tapados."

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

- ir.

Tudo começou com um olhar errado; uma parcela de ilusão no tamanho e cor. Fiz muitas rimas escondidas para colocá-las no seu devido tempo onde elas deveriam estar. Elas eram sinceras e coadjuvantes , com sua parcela de realidade e realidade; sim. Tudo o que sei é que o tempo passou como o balançar de um pêndulo de um relógio antigo, talhado minuciosamente seus detalhes, incansável sem nunca perder seu ritmo; depois de tanta tentativa, talvez... Tudo parecia tão irreal, como algo jogado pela janela sem mostrar seus cacos. Também tentei manter tudo dentro de mim como um lindo piano antigo, com uma rosa vermelha para lembrar do seu cheiro; não da rosa. Mas aos poucos estava lotado de móveis envelhecidos, esquecidos e calado; aí tudo desmoronou de uma vez. Tentei tanto e cheguei bem longe, mas agora é uma memória de... isso nem importa mais. Perdi tudo e caí. Confiei em tudo isso, mas aguentei só até onde podia ir.
"Tudo isso só para ver apenas ir."

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

- inspiração.

E você voltou; como eu já esperava. Cheia de desejos, amores, dores, lágrimas e insônias, nem que seja apenas em palavras, ou versos simpáticos, ou 3:39 da madrugada. Um domínio sobre a mente e as palavras é o que prevalece em uma noite fria de primavera com ventos que assoviam. Os olhos parecem querer fechar entre um piscar e outro, mas as palavras me acordam com um grito que ecoa na alma e vai passeando por todo canto que desejar; eu estava no comando. Todos os lados estão escuros e embaixo da cama parece um esconderijo de criança, com apenas uma lágrima mal formada querendo sair e voltar e sair de novo e voltar novamente para os olhos; morreu de sede. E o som do ventilador é o escudo que protege todo e qualquer um que tentar entrar sorrateiro para morar no lado esquerdo; vão bater às portas sem chaves nem maçanetas... espero que desistam logo.
"Parece um feixe de luz lá fora, mas está tão aconchegante aqui dentro..."