sexta-feira, 21 de outubro de 2016

- não estou mais em casa.

Estou farto dessas asas. Elas são como espelhos; não funcionam como deveriam. Queria abri-las como as de uma lagarta pós metamorfose e estar em outro lugar; eu não pertenço aqui. Queria poder acordar em outro lugar onde minha coberta são as luzes das estrelas e meu travesseiro as ondas do mar, onde nem para a direita e nem para a esquerda haveria algum rosto familiarizado; somente crocodilos e peixes vorazes (vá com calma, não quero ser devorado)... E quando menos eu perceber, olhar no horizonte um palácio cheio de luminárias acendidas a mão e minha gnose revelar que não passa de um cacto cheio de água para matar minha sedente desidratação; poeiras interiores. Pular do mais alto edifício que existir e ... nem tenho coragem disso. Não tenho coragem pra muitas coisas, desde o simples até o complexo, não vai; eu apenas tento. É como se tivesse passando do tempo e algo me puxando... um vórtice? Um furacão? As fortes ondas? Ah... como queria deitar nessas ondas salgadas e inconvenientes...
"E até minhas penas estão caindo por não alimentá-las mais."

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