sábado, 2 de outubro de 2010

- pesadelo.


E na sombra deste arvoredo
Nossos lábios se tocavam.
Meu anjo belo de Deus, de tão doce
Nossos olhos se fechavam.

Sua voz em mim entrava
Como o mais glorioso hino.
Então a face empalidece
É seu som que torna-o divino.

Se nós morrermos num beijo
Acordaremos no céu que merecia.
E você tão doce
Nos sonhos junto a mim adormecia.

Quando olhei para o lado
Vi meu travesseiro e o vazio.
Oh, insano sonho
Que minh’alma pôs-se em desvario.

As pálpebras doloridas e úmidas, nunca enxutas
Queimei teus fantasmas invocando o vento do deserto.
Eu deixo o tédio como deixo a vida
Sem túmulo nem cruz, nem um lugar ao certo.

Deixei-te de lado, mas nunca desisti;
Sufoco-o sem dó.
Agora tenho que partir
Dos túmulos ao pó.

"Ardentes gotas de licor dourado saindo dos olhos; esqueci-as no fumo e na leitura deste poema."

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