sexta-feira, 20 de maio de 2011

- libido.


[...] e em um de seus suspiros ofegantes, observei uma gota de suor partindo de seu ombro e escorrendo até suas costas, caminhando sobre seus delirantes contornos, suavemente. De repente se desfez. Grosseiramente fiz um buraco na nesga de sua roupa de baixo e fiz-te sentir uma terrível dor; talvez a pior de todas; sem pena, sem culpa, sem remorso. Gemidos, gritos, arranhões, mordidas, transições. Eu perguntava-te lúcido, mas tu estavas em um frenesi constante; e como gemia... Com a maior estupidez, jogo-te para o lado e prendo suas mãos com minha gravata. Então vou pra cima de ti com socos e tapas e enforco-te; suas lágrimas me excitavam. A luz do candelabro fez-me entontecer por alguns instantes, e eis que peguei a vela e derramei sua cera, terrivelmente quente em sua perna, sem desgrudar se quer um segundo de seu pescoço, e gemeste; ou gritaste! [?] Jogo minha proteção no chão, ao lado do tapete vermelho escuro, e banho-te. Gemeste por mais alguns minutos enquanto eu tomava uma ducha fervendo; meio fraco. Visto-me e vejo-te sem movimento algum na cama; talvez paralisada. Passo por você e almejo-te, mas não demonstro; apenas desdém; e vou rumo à direção da porta. Quando estava quase entrando no carro pensei no quanto hipócrita eu fui. Resolvi voltar e deixar 35 reais na mesa de cabeceira. E fui embora sem rumo... Talvez valeu a pena; talvez satisfiz meus próprios desejos. Só espero ter dado o valor que mereceste.

“E pode ficar com o troco, docinho.”

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