terça-feira, 6 de novembro de 2012

- (re)construindo.

Olhei em volta e tudo estava velho: as paredes, os pisos, o telhado, o jardim, o coração. Por que nossos momentos juntos terminaram? O que eu sinto parece não passar, eu sei. Está ficando repetitivo e cinza; a mesma chatice, mas apaixonar-me não fazia parte do plano. Eu memorizei o seu número, porque ainda não consigo te ligar? O telefone quebrou ou você mudou de número ou meus dedos não acertam mais? Apenas fecho meus olhos e faço um pedido e o telefone toca. Ansioso pego o telefone e deixo cair, desligando-o, sem querer... Era você? Está pensando em retornar a ligação? Espero que seja agora e não amanhã. Tento cantar uma canção para mudá-los, pois eu não mando nos meus pensamentos e ele insiste em me levar até a você. Continuo arrumando as coisas jogadas, limpando a poeira (que são muitas), ensacando coisas antigas e guardando no sótão, mas ele parece bem cheio. As lágrimas? De saber que está bem longe e talvez permaneça. O sorriso? De saber que você ainda existe. As coisas conspiram contra fazendo com que não haja a menor probabilidade. Tirei as plantas mortas e coloquei novas sementes. Aguei-as e protegi-as do sol; lembro que fazia isso contigo. De novo você? Devolva o meu mundo que eu devolvo a sua paz. Foram seus olhos e não minha vontade; não me culpe. O sótão abriu-se e começaram a cair às coisas velhas lá de cima. Não vou escondê-las de volta. Mergulhei sem pensar e nem sei se voltarei, me afogando aos poucos neste mar sem fim, nem meio.
"E eu apagar ainda não basta."

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