quarta-feira, 30 de setembro de 2015

- sorrateira.

Quem é essa que vive perambulando minha biografia escrita, bisbilhotando minhas letras, deixando seus rastros com sua rubrica, bem-dizendo as palavras de um sentimento enrolado, se enxergando através de meus olhos, dando palpites certeiros de canções de fundo de um livro aberto, passando seu tempo de ócio embriagando seus olhos com movimentos na horizontal pra lá e pra cá como um badalo frenético e incansável de um relógio cuco tentando desvendar as combinações de pequenos riscos que parecem fazer sentido? Será uma bela rosa por sua beleza e delicadeza incomparáveis de cores vivazes que impressionam até aqueles que não podem ver, ou será um caule cheio de espinhos que penetram a carne transpirada fazendo sangrar até o fim deixando uma marca de sua presença para sempre? Será uma bailarina do pé cheio de calos, mas coberto por um pequeno e delicado sapato de louça, um comprido laço magenta em sua cabeça transpondo os louros de seus cabelos finos e levemente enrolados e um vestido rosado, bem colado ao seu pequeno e justo corpo, ou uma esquisita esqueitista roqueira com seus reluzentes cabelos californianos, colorido de azul e roxo, com sua roupa larga no corpo, para esconder seu corpo no qual tem vergonha, se sentindo um lixo humano por não conseguir alcançar seus objetivos e ninguém ao menos se importar dando-lhe bom dia, desanimada da vida ao ponto de explodir por dentro, costurada e cicatrizada pela vida igualmente aos seus sapatos despojados remendados com grampos e fitas adesivas? Ou será ela um pouco de cada? Ela é misteriosa, astuta e oculta. Não sei nada desse ser que sonha de longe (bem) acordada, apenas seu codinome:
"Vaiper"

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