sábado, 5 de junho de 2010

- cartas para você.


Agora os dias sem você fazem parte da minha vida; não por uma obrigação, não para ser mais fácil, não porque eu quis; somente se foi. E nos meus momentos de vazio, pego o papel e a caneta e faço mais uma linda carta de amor, como das tantas que te escrevi um dia; mas diferente das outras, essa eu não vou te entregar. E quando soa o telefone meu coração dispara na vontade de ouvir sua voz de novo, dizendo que sente minha falta e que vamos ficar juntos novamente, mas essa é a voz do meu pensamento, que sae sem permissão e que logo se esvaia, pois lembrei que você esqueceu meu número. Saudades brotam no meu coração, ocupando umas fendas agora vazias, somente pra lembrar você em mim; saudades que você nunca viu e nunca verá; saudades de um sonho não sonhado, antes amado, que não vai se realizar. E nervoso, não sei bem as palavras que escrevo; não sei se estou expressando o que estou sentindo realmente; meus pensamentos sufocam meu vocabulário, impedindo de “colocar pra fora” tudo o que queria te dizer, mas és dono de uma boa percepção e compreenderá muito mais do que deixei a transparecer. E ao tocar nossa música eu olho em volta esperando você me pegar de surpresa, tapando meus olhos e me dizendo, levemente, que isso foi um pesadelo, soltando sua voz e interpretando o sentido dela, mas lembrei que esqueci nossa música, pois aboli-a de minha vida. Eu queria a alegria de sua presença, porque bastava eu não conseguir algo, ou até você mesmo, que uníamos nossas forças para que juntos pudéssemos realizar o que fosse. Agora prefiro a independência e realizar meus sonhos por mim mesmo, pois um pedaço de minha essência foi arrancada. Nos meus momentos de ócio, lembrando de um tempo que se foi, um pouco sufocado, lembro que eu sempre tinha um pouquinho de você, ora por mensagens, ora com presença, ora com o calor do seu espírito; sinto demasiadamente falta desses antigos e carinhosos pedaços. Confesso que já tentei fazer algo com outras pessoas, mudar meu rumo, mas nada deu certo; não porque não me entreguei (em partes sim), mas fiquei insatisfeito com os resultados obtidos, onde o amor é o segundo plano de um relacionamento e não o primeiro. Eu já falei milhares de vezes sobre isso e nunca mudei meu discurso sobre você; posso te enganar; posso enganar os outros; mas não me engano; nem meu coração. Eu carrego dentro de mim o pensamento de que tudo o que eu escrevi aqui te faça compreender que, não basta eu querer, não basta eu tentar, não basta eu colocar em prática, não basta eu escrever, não basta eu chorar, não basta eu esperar, não basta eu mais sonhar para tentar algo com plenitude... não tenho mais nada de melhor a perder. Apenas deixo aqui minha caneta e essa carta ficará com as outras, guardadas em algum canto do meu quarto, nas quais nunca verá.


“Os antigos sonhos e desejos que eu tinha com você foram sepultados quando recebi a notícia que, talvez trouxesse alegria para toda a sua família; mas um vazio profundo no meu coração.”

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