segunda-feira, 7 de junho de 2010

- eu odeio essa festa.


E sentado, apreciando meus amigos dançarem num ritmo avassalador, num âmbito frenético e com ritmo, sou puxado pelos braços para juntar-se a eles. Meio tenso e sem jeito, apenas balanço meus pés, permanecendo de braços cruzados, sem muito desfrutar do momento e voltando de passo em passo para a cadeira. Mas sempre tinha alguém que me puxava de volta, me fazendo dançar, mexendo meus braços, me virando para que pudesse os meus pés mexerem, pulando e cantando; e eu parado, apenas mexendo meus pés com sutileza, voltando para a cadeira. E vocês devem estar se perguntando, “por que ele não quer dançar?” A resposta vem quando eu olho para o lado e não vejo você. Puxam-me mais outra vez, rebolando, girando e gritando, onde meus braços começam um movimento juntamente com as pernas, onde olho novamente para a mesa e sou dominado pelo vazio, em plena uma multidão. Ao voltar, um pouco antes de sentar, peço uma bebida qualquer e me aconchego à cadeira. Tentaram me puxar novamente, mas agora, tinha uma desculpa que estava esperando minha bebida. Plano perfeito! Mas que não durou muito tempo, pois, ao chegar a bebida, já havia três pessoas para me levar ao centro da pista de dança novamente. Juntamente com a bebida deixo ser levado, e, quando um calor inexplicável toma conta de mim, começo a dançar, tão desesperado e incontrolável quanto todos em minha volta; por um instante te esqueci. Dançando, requebrando, mexendo e bebendo eu estava, em um ritmo psicodélico, sem minha mente entender bem porque eu estava fazendo aquilo e meu corpo cada vez mais se estremecia em uma onda de sobre-visão, no qual tudo rodava, mesmo eu estando parado. Dançava e dançava sem medo de errar ou sentir-me envergonhado por não saber o passo; apenas dançava. Quando estava no auge da dança, em um puro êxtase, eis que ouço o silencio da minha mente perante todos que ali estavam e um som calmo e sutil começa a tocar... um som de romance. Cada um pegou seu par e eu, no meio da pista me perguntando “o que estou fazendo, realmente, aqui?” viro-me de costas para as pessoas e encaminho em direção da porta. Foi quando lembrei-me que você não estava na festa. Foi quando lembrei-me que você não dançou comigo. Foi quando lembrei-me do vazio daquela mesa em que estava sentado. Foi quando lembrei-me que você não estava me esperando do lado de fora, para me levar pra casa...

"No começo da madrugada que eu tinha todo o tempo do mundo para fazer o que eu queria, meu coração despertou a saudade em você..."

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