segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

- Romeu II – Esmero.


[...] E, cansada de estar na janela, sabendo que ali continuaria, mas nada aconteceria, resolveu lavar-se. Encheu a banheira com água quente, pingou gotas de chocolate para dar uma essência calorosa, jogou pétalas de rosas, para dar um aspecto romântico e jogou um pouco de pó de espuma, para ali, estar a magia. E vai tirando sua roupa, peça por peça, como se estivesse em câmera lenta e vagarosamente vai entrando na água. Ela deitou em sua banheira e ali resolveu ficar; de olhos fechados, de mente fechada, de sentimentos fechados. E mesmo tentando tirar absolutamente tudo de sua cabeça, seu amado ainda sondava por ali. Então ela resolveu esfregar-se e ensaboou seu rosto. Num único jato d’água ela banha seu corpo e nele vai o suor e seu amor, quando, ela decide, de vez, acabar com tudo, abrindo o ralo e deixando tudo ir embora.

“E eu desejei que você apenas fosse.”

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