quarta-feira, 8 de novembro de 2017

- náufragos.

Você se viu nadando em um mar de lágrimas, sem algum barco e ninguém para te ajudar. Todos te viraram as costas e conseguia não se afogar apenas com sua própria força; as dos seus braços. E o mar foi secando e você conseguiu firmar os pés no chão e esperou mais um pouco a água baixar. Já foi logo pegando seus tijolos e construindo um enorme muro para ninguém passar. Revestiu-o de concreto, madeira, aço, metal, e mais concreto e mais metal. Nada pode passar! E eu pedi apenas um buraco e não me foi concedido; eu mereci, mas realmente dói na prática. Agora estou sentado enchendo meu mar de lágrimas, sem algum barco para me ajudar, onde todos me viraram as costas, esperando apenas meu corpo ficar à deriva para me sustentar com as forças de meus braços. Mas daqui eu não saio! Não sairei da frente desse muro e o observarei com muita atenção. Cada detalhe, cada sinal, cada progresso... não ganhei um "sim", mas não ganhei um "não". Devo me apegar e buscar o "sim"? Ou deixo o "não" e pronto? Acho que está mais claro do que esse mar que acabou de encher, onde já me vejo nadando apenas com as forças de meus braços. Sim... me ignore, me faça sofrer cada momento que sofreu...Só vou encher mais meu merecido mar, mas muito bem concentrado e com paciência, procurando apenas um pequeno furo, do tamanho de uma agulha; é só o que eu preciso. Enquanto isso, a ausência me faz encher o mar ainda mais e me acompanha, esperando para ser destruída a qualquer momento. E quando passar o muro, não irei reconstruir o destruído...
"Vou jogar fora os pedaços quebrados e construir(emos) tudo novo."

Nenhum comentário:

Postar um comentário