segunda-feira, 2 de agosto de 2010

- pensei, só pensei.


Estou vendo as coisas passarem bem rápido lá fora. Como se em vez de “play” estivesse apertado o “avançar”. Sentado, estou vendo os carros e pessoas andando com seus cachorros e eu indo cada vez mais longe delas... Afastando-me até meus olhos deixarem de enxergá-los. O céu está alaranjado, com o Sol se pondo no horizonte e já vejo algumas estrelas. O livro que eu lia se fechou em meu colo com o movimento brusco que deu. Os minutos aqui dentro são horas e lá fora são segundos. Já é noite e meus olhos parecem querer fechar. Ouço algumas vozes por trás da música que ouço em minha mente, cantando sem eu mandar, pois tenho fones no ouvido, mas não consigo sentir que som toca. Sem querer mexer do lugar em que estou, deixo meus olhos entreabertos só para ter noção de onde estaria, mas mesmo assim algumas luzes me dá uma cegueira momentânea, ora do pedágio, ora dos carros, nos quais são muitos. Estou sentado na última poltrona, está um pouco frio, mas mesmo vestido com uma blusa parece não ser o suficiente para me aquecer. Olho para o lado e lembrei que tu estiveste aqui, pois o banco e minha mão, no apoio, estavam aquecidos, mas o resto do corpo não. Percebi que tocou nossa música (só não me lembro bem o nome dela) e eu coloquei um fone em seu ouvido direito, e acompanhei-a em seu ouvido esquerdo enquanto tu dormias; Tu não acordaste. Minha mão estava entrelaçada a sua, assim, podendo sentir todo seu calor. E com o defeito de nunca saciar-me com pouco, quis abraçar-te e te dar um beijo, mas iria te acordar, então deixei pra lá. Senti-te entrando em sono profundo, onde suspirava em um sonho que ia além de onde estávamos. Não havia presente maior que sua presença e te ver dormir, todo indefeso. Dormindo, você encosta sua cabeça em meu ombro e se aconchega, me abraçando, tremendo levemente de frio, onde pude sentir seu perfume, que guardo até hoje. Queria que o mundo parasse naquele instante, onde o eterno não seria suficiente.
Esfreguei meu olho com uma de minhas mãos para ver se estava em mais um de meus sonhos frequêntes e dei de cara com o motorista vindo me chamar, acordado por ter chegado ao meu destino final, com uma de minhas mãos e a poltrona do meu lado quentes e minha mochila posta no banco ao meu lado, sentindo seu perfume...


"Talvez não fosse um sonho..."

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