sábado, 11 de setembro de 2010

- eu morri novamente.


O sangue está escorrendo pelo meu corpo; uma hemorragia sem fim espirrando pelas paredes formando profundas poças de dor... Não se comova. Abri meus pulsos com as unhas para tocar algumas veias e as mordi, sentindo a angustia e meu último calor se desvairando. Desfalecendo, sinto o desespero e o prazer de me ver morrer lentamente. Meu corpo se enfraqueceu e não posso mais ficar em pé... Sinto a morte se aproximando... Ouço choros desesperados... Não voltaria atrás se pudesse. Não chorem por mim, pois nenhuma lágrima trar-me-á de volta. Não me acompanhem e podem pisotear minha sepultura; não preciso de rosas nem de luto; não quero uma missa ou um último beijo... Tanto faz, agora nada mais importa. Estou acorrentado, afogando de dores, acompanhado do silêncio e vendo minha carne queimar-se, explodindo-se em cinzas. Caí num poço escuro para sempre, congelado por dentro...


“Esse foi apenas um doce sacrifício”.

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