quinta-feira, 23 de setembro de 2010

- sóbrio.


Vi-me sem saída, sem rumo. Olhei na rua, ninguém passava, ninguém me olhava. Corri, mas não tinha um rumo. Fechei os olhos e a dor continuou; ajoelhei. Agoniado, pensei em várias coisas que passara em minha vida, como num “review” em minha mente. Tantas coisas me fizeram desistir... Mas não tinha mais volta. Sentei-me no chão, encostei-me na parede e escorei meus braços em meus joelhos; solucei. Comecei a chorar e de meus olhos escorriam sangue. Agoniando cada segundo de tristeza, vi que aquela era à hora. Tirei algo do meu bolso, um pouco pesado, carregado com uma única bala. O desespero trepidou, abri minha boca e coloquei-adentro. Senti o gosto amargo de ferrugem penetrando em minha garganta, rasgando cada músculo de minha língua, secando a saliva e grudando-a. Mas de minha boca nunca saiu injustiças, nem rudes palavras a magoar uma pessoa a ponto de puni-la por algo. Então retiro-a e levanto-a, apontando para minha cabeça. Arrumo meu dedo e quando vou puxar o gatilho, lembro-me que minha mente sim merecia ser perfurada, mas outro órgão deveria ser punido. Eu apenas queria entender o real motivo... E em meus pensamentos só gerava tragédia, foi quando vejo uma luz, mas não havia muita paz nela. Olhei minhas mãos e vi sangue e, ao ficar de pé, vi meu corpo jogado, com um tiro atravessado no peito.

“Agora eu estou limitado pela vida que você deixou para trás .”

Um comentário: